Uma técnica usada para salvar humanos de situações de afogamento acabou sendo útil no resgate de uma tartaruga, em Balneário Camboriú. O pedido de ajuda aos bombeiros partiu de surfistas que estavam na praia e encontraram o animal preso a uma rede de pesca. Quando os socorristas conseguiram soltar o réptil da armadilha, constataram que ele não respirava.

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Esse tipo de experiência com pessoas, no entanto, os levou à decisão que proporcionou à tartaruga um recomeço. E tudo isso graças à agilidade dos bombeiros — e um simples aparelho de oxigênio.

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A situação inusitada ocorreu na manhã deste domingo (14), por volta das 10h. Um dos socorristas que atendeu o animal conta que dois bombeiros do grupo de Salvamento e Resgate de Balneário Camboriú tiveram de ir de jet ski até uma região que fica entre as praias do Buraco e Central ao serem acionados para o resgate da tartaruga.

Quando retiraram o animal da armadilha para soltá-lo novamente na água, perceberam que ele estava afogado, já que não nadava e acabava afundando. Os profissionais optaram por levar a tartaruga até o quartel e, lá, entraram em contato com o Projeto de Monitoramento de Praias, em Penha, onde há especialistas em cuidados com aves e animais marinhos.

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Na ligação, os socorristas questionaram sobre a possibilidade de usar oxigênio para ajudar a tartaruga, já que o equipamento é útil em afogamentos de pessoas. Como a técnica foi liberada pelos pesquisadores da área, eles decidiram usá-la no animal para ver se auxiliava na respiração do bichinho.

— E aí deu certo. Ela reagiu bem a esse primeiro tratamento e foi levada para Penha — relata o bombeiro Jorge Batista.

Veja quando tartaruga é resgatada e recebe oxigênio

O socorrista ainda conta que, apesar de ser uma situação inusitada, essa não foi a primeira vez que os bombeiros atuaram no resgate de uma tartaruga na região. Em outras ocasiões, porém, o animal geralmente está morto quando é solto da rede de pesca, revela Batista.

Já quando sobrevive, é comum que saia nadando assim que é desprendido da armadilha. O que não aconteceu com a tartaruga encontrada neste domingo (14).

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— Dessa vez a gente largou ela na água, para tentar soltá-la, mas ela ficou inerte e começou a afundar. Por isso a gente decidiu fazer os procedimentos nela — acrescenta.

Em situações como essa, há o risco do animal morrer afogado porque, ainda que seja uma espécie do mar, ele precisa nadar até a superfície para respirar. Além disso, a rede ainda leva o bicho à exaustão, já que precisa fazer esforço para tentar escapar.

O cuidado e agilidade dos bombeiros de Balneário Camboriú, no entanto, garantiu que a tartaruga resgatada neste fim de semana não se tornasse mais uma vítima das redes de pesca. Depois dos primeiros socorros, o animal foi levado para Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali, em Penha, onde há o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

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Segundo os profissionais do local, se trata de uma tartaruga-verde, juvenil, que, agora, está sob cuidados da equipe de médicos veterinários. Apesar de estar um pouco anêmica e de ter defecado resíduos sólidos, os especialistas informaram ao NSC Total que ela segue bem, “com boa condição corpórea e integridade física”.

— Devido ao histórico de emalhe e por chegar apática na unidade, pode ter sofrido algum dano no pulmão. Para garantir que tenha oxigenação, a tartaruga foi colocada em uma caixa parcialmente fechada com oxigênio medicinal — explica a médica veterinária do projeto, Adriane Steuernagel.

Ainda de acordo com a unidade, a tartaruga permanecerá em estabilização e recebendo tratamento de acordo com as condições de saúde.

*Sob supervisão de Talita Catie

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