Os bombeiros envolvidos na concessão e renovação do alvará de prevenção de incêndio da boate Kiss só serão interrogados pela Polícia Civil depois do Feriadão de Carnaval.

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Antes de ouvir os dois oficiais (major Daniel da Silva Adriano e capitão Alex da Rocha Camillo), a investigação analisa documentos para apurar se o uso de relatórios de inspeção emitidos eletronicamente pelo Sistema Integrado de Gestão de Prevenção de Incêndio (Sigpi) foram usados por outros estabelecimentos para a conquista do alvará do Corpo de Bombeiros.

Para a missão, o delegado regional Marcelo Arigony recebeu o apoio ontem de policiais da Divisão de Assessoramento Jurídico da Polícia Civil. Três delegados devem passar a semana em Santa Maria com a incumbência de checar documentos reunidos na Delegacia de Polícia. Mais papéis devem chegar nos próximos dias.

– Precisamos estudar os documentos antes de ouvir os bombeiros, para questionar sobre sobre a participação de cada um deles – explicou o policial.

No dia de hoje, o delegado acompanha uma nova visita dos peritos do Departamento de Criminalística (DC) ao local do incêndio. Já uma segunda reconstituição, agora a ser feita com peritos do DC, só ocorrerá na próxima semana.

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– Ela deve confirmar o que a primeira apontou, ou seja, a dinâmica do incêndio, que começou junto ao palco, e as falhas do sistema de prevenção – ressaltou o delegado.

Enquanto delegados se concentram na análise de documentos e aguardam a perícia do DC, sem prazo para ser entregue, 30 policiais estão tomando depoimentos de vítimas da tragédia. Já foram identificadas 575 pessoas a serem ouvidas, mas menos de cem prestaram depoimento até agora.

A quantidade de testemunhas levou o chefe de Polícia, Ranolfo Vieira Júnior a postular que a investigação se estenderá fevereiro adentro.

OS PRÓXIMOS PASSOS

1. DEPOIMENTOS

– Cerca de cem pessoas foram ouvidas na primeira semana. Pelos menos outras 475 devem depor em fevereiro.

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2. PERÍCIA

– Hoje, mais uma vez, peritos do Departamento de Criminalística devem visitar o local. O laudo sobre as causas do incêndio não tem prazo para ficar pronto.

3. RECONSTITUIÇÃO

– Nova reconstituição, com presença de perito do DC, será marcada para a próxima semana.

4. INTERROGATÓRIO

– Fica para depois do Carnaval o interrogatório dos bombeiros envolvidos na liberação da casa.

5. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO

– Apesar de não haver previsão, o inquérito não deve ser concluído antes do início de março.

6. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

– O IPM é sigiloso. O foco é a possível falha na concessão do alvará dos bombeiros.