As duas mortes por afogamento registradas nesta semana em Canasvieiras preocupam os órgãos de segurança de Florianópolis. Logo após o registro da primeira morte, na última terça-feira (25), os bombeiros reforçaram o efetivo de guarda-vidas.

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A segunda morte, ocorrida na noite da última sexta-feira (27), motivou uma reunião emergencial na manhã de sábado (28) entre o Corpo de Bombeiros, a Prefeitura, Defesa Civil e representantes do bairro. Além das duas mortes, outra vítima também se afogou na última quinta-feira (26), mas foi resgatada e sobreviveu.

No encontro foram definidas medidas para coibir os afogamentos. Conforme o coronel César Assumpção Nunes, comandante do Corpo de Bombeiros da 1ª região, além do reforço no número de guarda-vidas, que passou de quatro para 15 profissionais em sistema rotativo, a praia vai contar com, pelo menos, outras cinco ações.

Placas de sinalização: o número de placas de alerta aos banhistas será intensificado ao longo da faixa de areia para sinalizar pontos de profundidade.

— Muitas pessoas pensam que não há pontos profundos, mas o que acontece em Canasvieiras é que você pode estar em um ponto plano e de repente afundar. Essas regiões serão ainda mais sinalizadas — explica o coronel.

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Cadeirões ao longo da praia: em relação ao reforço no número de guarda-vidas, foram colocadas mais cadeiras grandes para observação ao longo da praia. Os cadeirões, como são conhecidos, permitem a permanência de até dois guarda-vidas.

Cobertura por meio de quadriciclo: durante o expediente, bombeiros irão circular pela faixa de areia utilizando quadriciclos. Os veículos também agilizam o trabalho de prestação de socorro e permitem o transporte de equipamentos para atendimento.

Reforço com embarcações: o reforço também será percebido dentro do mar. Bombeiros irão utilizar embarcações para circular na área de Canasvieiras.

Delimitação com boias: a prefeitura deve comprar boias para reforço da segurança no mar e a instalação será feita pelos bombeiros.

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Mortes preocupam

Conforme o coronel do Corpo de Bombeiros, o número de mortes preocupa, visto que a região costuma ser calma e não registrar este tipo de acidente.

— Em 34 anos atuando nas altas temporadas, não me recordo de uma morte em Canasvieiras. É uma praia muito tranquila — lembra.

Entretanto, outro ponto importante para evitar acidentes está relacionado ao comportamento das pessoas. Segundo César, o risco de afogamento é iminente em qualquer local ou praia.

— Todos devem ter cuidado. O serviço prestado pelos bombeiros é efetivo, mas não é absoluto. Esses acidentes devem ser evitados de forma conjunta — pontua.

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Relação dos afogamentos com obras de alargamento da faixa

Segundo o coronel César, as obras de alargamento da faixa podem causar pequenas modificações na característica da faixa de areia, mas as alterações devem se ajeitar entre seis meses e um ano. Conforme ele, as modificações são parecidas com as que a própria praia produz, como as rampas. Entretanto, a obra altera essa mecânica.

— A gente suspeita que, como coadjuvante, esse processo de alargamento da faixa de areia pode ter contribuído para os afogamentos, ainda havendo as características das circunstâncias das mortes, como no último caso, no qual os bombeiros já estavam fora de serviço — explica.

De qualquer forma, ele reforça que os casos estão sendo investigados e ainda não há a confirmação sobre a relação das obras com os afogamentos. Além disso, o local onde estão sendo realizadas as obras está isolado.

A Prefeitura informou que as causas das duas mortes não têm relação com a dragagem. Mesmo assim, ainda conforme a Prefeitura, o engordamento traz algumas mudanças que os banhistas devem ficar atentos.

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Bombeiros dão orientações para prevenir afogamentos

– Crianças e idosos merecem atenção permanente quando estão se banhando em piscinas, rios, praias ou lagos, pois são mais vulneráveis aos perigos;

– Adultos têm maior estatística de afogamento e os motivos comuns de afogamento são: consumo de bebidas alcoólicas, excesso de confiança, desconhecimento sobre os perigos e falta de prática de natação;

– Não é recomendado nadar após ingerir bebida alcoólica;

– Verifique a profundidade da piscina em que você e sua família frequentam;

– Nas praias, todos os dias, os guarda-vidas verificam as condições do mar e sinalizam os riscos por meio das bandeiras vermelhas. Os principais riscos são as correntes de retorno. Procure nadar nos locais que têm guarda-vidas, afastado das bandeiras vermelhas;

– Se você presenciar um afogamento, acione o socorro e arremesse um objeto flutuante para a vítima. Não tente fazer o resgate sem treinamento, pois você poderá ser mais uma vítima;

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– Água no umbigo é sinal de perigo;

– Não ande sobre pedras ou costões que possam trazer riscos;

– Em caso de emergências, ligue 193.