Quem procurou a administração do 6º Batalhão de Bombeiros Militar de Chapecó nesta segunda-feira, não foi atendido. O comando da corporação tomou a medida por segurança, em virtude das ameaças do soldado Elias de Souza, 35 anos, suspeito de ter matado a ex-mulher e a sobrinha, no final de semana. Até o início da noite desta segunda-feira o homem ainda não havia sido localizado.

Continua depois da publicidade

Ana Paula Gasperin, 28 anos, e Eduarda Gasparin, 14 anos, foram mortas por volta de 22h30min de sábado, no bairro Santo Antônio, na casa para onde tinham se mudado no dia anterior. A tia levou quatro tiros e, a sobrinha, seis. Quando se separou de Elias, em outubro do ano passado, após dois anos de relacionamento, Ana Paula e a sobrinha ficaram três meses na casa da mãe.

Nos últimos meses, Ana Paula registrou ocorrência contra Souza por ameaças. A última delas em janeiro. Mas, segundo o delegado Ricardo Casarolli, ela não quis representar contra o ex-companheiro e o processo não prosseguiu.

De acordo com a Polícia Civil, depois do crime, o autor teria ligado para os familiares para avisar do crime. Ele também teria feito ameaças para colegas bombeiros, em relação a punições sofridas no quartel.

Continua depois da publicidade

O delegado disse que Souza tinha um histórico de desentendimentos com superiores hierárquicos.

De acordo com o sargento Erno Zuse, a atitude de Souza abalou emocionalmente toda a corporação.

– Nós somos conhecidos por salvar vidas e agora parece que as pessoas te olham de um jeito diferente – disse Zuse.

Zuse afirmou que nunca teve desentendimentos com o colega. Apenas afirmou que “cada um tem seus problemas”. Souza trabalhava há cerca de 10 anos na corporação e agora estava no setor de vistorias. Hoje o expediente deve voltar ao normal. Mas o quartel segue com a proteção de policiais militares. Além disso, o quartel da PM fica ao lado dos Bombeiros. Os atendimentos de ocorrências seguem normalmente, segundo Zuse. Mas, enquanto Souza não for preso, o clima de insegurança continua nos bombeiros.

Família também está sob proteção policial

O irmão de Ana Paula e pai de Sabrina, Marcos Gasperin, prestou depoimento ontem na Polícia Civil e foi até o local do crime para ver se encontrava alguns documentos. Ele disse que a família está sob proteção policial e por isso não quis falar muito.

Continua depois da publicidade

Amigas de Ana Paula informaram que ela era muito apegada à sobrinha, que chamava de Duda. Marcos teve a filha quando era jovem e não casou com a mãe. Desde que Eduarda era pequena a tia ajudou a cuidar. Quando Marcos esteve doente, era Ana Paula quem cuidava dela, como se fosse mãe.

Ana Paula era professora de Educação Infantil e recentemente trabalhava no setor de projetos da Secretaria de Educação do município.