Nem é preciso passar muito tempo na praia para observar pessoas se banhando em locais de risco. As bandeiras vermelhas estão lá e foram colocadas antes que elas chegassem – tudo para evitar afogamentos – , mas não bastam. Os guarda-vidas passam o dia chamando a atenção, apitando e orientando a população que se arrisca em algumas praias de Balneário Camboriú, Itapema e Navegantes.
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Um levantamento parcial da Operação Veraneio 2016-2017, registra oito mortes por afogamento no Litoral Norte – que vai de Tijucas a Itapoá.
De 1º de outubro de 2016 a 4 de janeiro deste ano seis pessoas morreram em praias atendidas pelo 7º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), responsável pelas cidades de Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Balneário Barra do Sul, São Francisco do Sul e Itapoá. Na área atendida pelo 13º BBM (Tijucas, Porto Belo, Bombinhas e Itapema), foram duas mortes. Os números representam metade do que foi registrado em toda a temporada de 2015-2016 nas duas regiões.
Somados, os demais atendimentos como arrastamentos e afogamentos com recuperação passam de 200 nas duas áreas, sem contar as orientações que são feitas ao longo do dia nos locais de risco e que não constam neste balanço.
O guarda-vida civil de Itapema Henrique Pereira conta que enquanto há calmaria em Meia Praia, com raras bandeiras vermelhas em dias de mar calmo e poucas correntes, na Praia Central rotina é bem diferente. O local tem pelo menos cinco pontos de atenção constante:
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– Temos áreas com correntes de retorno (também conhecidas como maré de retorno) que estão sempre sinalizadas. Mesmo com a nossa orientação e o uso da bandeira vermelha as pessoas acabam entrando. Muita gente confunde achando que onde há bandeira o local está seguro – observa ao citar que por dia há entre cinco e 20 resgates perto ao posto central onde trabalha, sem contar o número de repreensões, que tem aumentado a cada dia.
Em Balneário Camboriú e em Navegantes as orientações também são constantes. Em poucos minutos na praia é possível escutar os apitos e ver guarda-vidas acenando enquanto entram na água para orientar os mais desatentos.
– Essas abordagens boca a boca, essa relação direta com banhistas, faz com que eles entendam os riscos. Alguns não compreendem e é exatamente esses que se colocam em situações de risco e posteriormente vêm a se afogar ou ser arrastado por uma corrente de retorno – afirma o comandante do Corpo de Bombeiros de Balneário Camboriú, Daniel Dutra.
Só na cidade, que conta com 160 guarda-vidas trabalhando, foram registrados até agora uma morte, 103 arrastamentos, duas vítimas de afogamento recuperadas e mais de 25 mil ações preventivas.
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De acordo com os bombeiros de SC, o ideal para não correr risco de afogamento é procurar um local conhecido e onde exista a presença de guarda-vidas. Para evitar acidentes é preciso respeitar as bandeiras e avisos, além de não entrar em locais onde há avisos de perigo ou de águas poluídas.