Após 24 horas longe da UTI do Hospital Regional Hans Dieter Schmitd, o bombeiro voluntário David Marcellino, intoxicado durante o combate à reação química em São Francisco do Sul, na semana passada, voltou a ser intubado no fim da tarde de quinta-feira. A informação foi repassada pelo filho Alexandre Marcellino.
Continua depois da publicidade
Conforme a assessoria de imprensa do hospital, Marcellino teve uma crise de falta de ar que não pode ser controlada via medicação, então se optou novamente pela intubação. Ele deve retornar à UTI ainda na noite desta quinta-feira.
Mais cedo, enquanto ainda respirava sem a ajuda de aparelhos, ele respondeu a quatro perguntas feitas pela reportagem de “A Notícia”, por escrito.
Segundo Marcellino, todos os bombeiros em operação na tarde do dia 25 de setembro estavam protegidos com máscaras. Os bombeiros trabalhavam em segurança quando o vento mudou e começou a soprar na direção da equipe. Como a fumaça era muito densa, eles rapidamente perderam a visibilidade e saíram correndo. Mas Marcellino voltou porque ouviu vozes. Ele conseguiu ajudar dois bombeiros a sairem da direção da fumaça antes de cair no chão inconsciente.
Durante as primeiras visitas dos familiares, o bombeiro soube da torcida da comunidade pela recuperação dele.
Continua depois da publicidade
– Só tenho a agradecer a essas pessoas e que Deus as ilumine – escreveu.
Ele pretende largar a profissão em 2014.
– Parar já estava nos meus planos. São 35 anos e 10 meses como bombeiro. Pretendo parar, mas aos poucos.
A exposição à fumaça tóxica provocou uma inflamação no pulmão de Marcellino, que causou um edema. Por isso a dificuldade de respirar.
Reconhecimento
No domingo, o governador do Estado, Raimundo Colombo, ligou para Alexandre para prestar solidariedade. Segundo Colombo, Marcellino será homenageado pelo trabalho realizado em São Francisco do Sul. O Estado também pretende prestar ajuda financeira à família.
– Claro, vamos dar todo apoio. Ajudar no que for necessário – afirmou Colombo.
Segundo Alexandre, um dos proprietários da Global Logística, empresa responsável pelo depósito onde ocorreu a reação química, esteve no hospital na companhia de uma assistente social e também se comprometeu a colaborar com a família.
Continua depois da publicidade
Alexandre conta que ele e a esposa do pai estão sem trabalhar desde que Marcellino foi internado. A mulher de Alexandre, inclusive, teria perdido o emprego por faltar ao trabalho nos primeiros dias que se seguiram a internação.