O jamaicano Usain Bolt, lenda viva do atletismo, conquistou neste domingo seu terceiro título mundial nos 100 metros, chegando à frente de seu maior rival em Pequim, o americano Justin Gatlin, melhor velocista da temporada que teve que se contentar com a prata.

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Bolt, 29 anos, que disputou poucas provas esse ano e não vinha repetindo as atuações que fizeram dele o maior nome do atletismo, mostrou sua melhor forma na final do Mundial em Pequim, correndo os 100 metros em 9.79 segundos, apenas um centésimo mais rápido que Gatlin (9.80 s).

Gatlin, que chegou à final com a melhor marca da temporada (9.74) e do Mundial (9.77), tinha certo favoritismo, mas acabou não correspondendo às expectativas na hora do tira-teima com Bolt.

O bronze foi compartilhado pelo americano Trayvon Bromwell e o canadense Andre de Grasse, ambos correndo a distância em 9.92 segundos.

Tudo indicava que o Mundial de Pequim se tornaria palco do fim do ciclo vencedor de Usain Bolt e da consagração de Justin Gatlin, campeão olímpico em Atenas-2004, mas que teve a carreira manchadas pelos cinco anos de suspensão por doping.

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Bolt, apesar de se mostrar muito motivado, sofreu nas semifinais com um desequilíbrio no início da prova que quase custou caro.

Pronto para os 200 m

Na final, porém, o carismático velocista voltou a brilhar, vencendo a prova num duelo parelho com Gatlin, para delírio dos fãs de atletismo, que enxergam no jamaicano a última esperança de um esporte limpo e sem doping.

“Foi, sem dúvida, a corrida mais difícil para manter um título. Justin (Gatlin) correu muito bem o ano todo e meu técnico me disse que ele subiria o nível ainda mais no Mundial. Estou orgulhoso de mim”, declarou o ‘raio’ jamaicano, que admitiu ter ficado nervoso para o duelo com Gatlin.

“Depois da semifinal, meu técnico me viu preocupado em fazer uma corrida perfeita na final. Ele me falou: ‘Você já esteve em várias corridas como essa, você sabe como ganhar, então relaxa que você vai ganhar'”, lembrou.

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Bolt já havia conquistado o ouro nos 100, 200, e 4×100 metros nos Mundiais de Berlim-2009 e Moscou-2013 e nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e Londres-2012. O único tropeço foi a prova dos 100 metros do Mundial de Daegu-2011, quando foi desclassificado por queimar a largada.

O grande astro do atletismo sabe que não poderá comemorar muito a vitória, já que voltará a pista na terça-feira para reeditar o duelo com Gatlin, desta vez nos 200 metros.

“Depois da corrida, vou voltar para o hotel e descansar. Vou provavelmente fazer algumas chamadas, mas não tenho muito tempo para comemorar. Vou descansar e ficar pronto”, concluiu Bolt, que contou seu segredo para sempre brilhar nos grandes eventos: “Eu nunca duvido de mim memso”.

* AFP