Principal astro do atletismo, o jamaicano Usain Bolt se declarou triste pelo fato do doping ser a pauta mais comentada do Mundial, que começa neste sábado, em Pequim.

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“Tudo que ouvimos nas últimas semanas foi doping, doping, doping. A maioria das perguntas são sobre este assunto. É realmente triste”, lamentou o velocista de 28 em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, na capital chinesa.

O atletismo está no olho do furacão, em meio a acusações de que a Federação Internacional (IAAF) estaria encobrindo casos de doping.

De acordo com a emissora alemã ARD e o jornal britânico Sunday Times, que se basearam em 12.000 análise de sangue procedentes de uma base de dados da IAAF, um terço das medalhas conquistadas em Mundiais e Olimpíadas nas provas de meio-fundo até a maratona entre 2001 e 2012 apresentariam valores suspeitos.

O principal rival de Bolt, o americano Justin Gatlin, já foi suspenso duas vezes, somando cinco anos de gancho, a segunda por ser flagrado por uso de testosterona.

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Responsabilidade coletiva

Neste contexto, Bolt recusa o rótulo de ‘salvador’ do atletismo, faz um apelo à responsabilidade coletiva para lutar contra o doping.

“Antes de mais nada, corro para mim mesmo. As pessoas dizem que preciso ganhar para dar credibilidade do esporte, mas muitos outros atletas são ‘limpos’. Acho que é da responsabilidade de todos os atletas ajudar o nosso esporte e mostrar que se pode chegar longe sem doping”, opinou o jamaicano.

Dono de seis medalhas de ouro olímpicas, Bolt começou justamente sua trajetória vitoriosa em Pequim-2008, no mesmo estádio do ‘Ninho do Pássaro’ que receberá as provas do Mundial.

“Pequim foi onde tudo começou para mim. Tenho grandes lembranças deste estádio e desta cidade. É maravilhoso voltar aqui”, se emocionou o recordista mundial dos 100 (9.58) e 200 m (19.19), que faz sua estreia na competição neste sábado.

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O velocista, que já soma dez medalhas em mundiais (oito ouros e duas pratas), teve um início de temporada complicado, mas voltou ao melhor nível no dia 24 de julho, ao correr duas vezes 9.87, sob chuva, em Londres.

“Minha temporada não foi ideal, mas estou confiante na minha capacidade de entrar em forma no tempo certo”, avisou.

A meta é defender seus dois títulos individuais, nos 100 e 200 m. Nas últimas três edições, só não conseguiu o ouro em uma prova que disputou, os 100 m de Daegu-2011, quando queimou a largada.

“Treinei duro nas últimas semanas para chegar no auge da minha forma para a defesa dos meus títulos. Meu técnico está feliz, e isso é importante, porque quando ele está feliz, quer dizer que estou em boas condições”, brincou.

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* AFP