Após passar quase quatro anos colocando Israel como um parceiro prioritário, dada a ligação de sua base evangélica com o Estado judeu, Jair Bolsonaro (PL) viu sua margem de vitória no segundo turno diminuir em Tel Aviv, em comparação com a votação de 2018. Ele, que teve 77,3% naquele ano contra Fernando Haddad (PT), agora marcou 53,4%. Lula (PT) teve 46%. Já em Ramallah, capital da Autoridade Nacional Palestina, o petista confirmou o favoritismo dado a ligação histórica do PT com a causa da região. Ele teve 90,5% (584 votos) contra 9,5% (61 votos) do rival.
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No começo de seu mandato, Bolsonaro ensaiou inclusive mover a embaixada brasileira para Jerusalém, uma admissão implícita do reconhecimento da cidade disputada como capital de Israel, mas acabou só abrindo um escritório. A pressão do agronegócio, outra base de apoio, falou mais alto: o Brasil tem em países árabes rivais de Israel grandes parceiros.
Europa tem votação mais tranquila no 2º turno, apesar de filas em Paris, Lisboa e Milão
Madri, Berlim e Londres as eleições estão mais tranquilas neste domingo (30) de segundo turno em relação ao primeiro, em 2 de outubro. Mudanças pontuais de organização promovidas pelas embaixadas e consulados brasileiros nessas cidades contribuíram para a redução das filas. Também houve menos registros de confusões entre eleitores.
“No primeiro turno, esperávamos 5.000 pessoas e vieram 6.000. Por isso, tiramos todos os móveis do local e fizemos filas tipo aeroporto, uma para cada seção. O resultado foi que, mesmo com o maior movimento pela manhã, não houve demora”, disse a cônsul-geral, Gisela Padovan, no Colégio Mayor Casa do Brasil, onde se vota em Madri. A cidade tem cerca de 45 mil eleitores aptos.
A tranquilidade era tanta que Padovan não descarta que um número menor de brasileiros tenha aparecido para votar. “Saberemos após às 17h”, afirmou. A maior fila no Colégio Mayor era a da lanchonete, que vendia pães de queijo grandes a € 2 (R$ 10,55) e coxinhas e cachorros-quentes a € 4 (R$ 21,10).
Em outras cidades europeias, como Lisboa e Milão, porém, as filas longas continuaram. Em Paris, houve pessoas relatando até 4 horas de espera para votar, enquanto em Zurique esse tempo chegou a 3 horas.
Brasileiros residentes em Portugal -segundo maior colégio eleitoral no exterior, atrás apenas dos EUA- também enfrentaram longas filas para votar, embora o fluxo de pessoas esteja mais organizado do que no primeiro turno.
Lisboa, cidade com mais eleitores fora do Brasil, teve reforço na organização da votação. Uma empresa foi contratada para fazer a gestão da entrada e foram instaladas placas de orientação, além da criação de duas filas únicas: uma geral e outra para prioridades.
Ainda assim, na parte da manhã, a estrutura montada não foi suficiente para atender ao fluxo intenso de pessoas, que relataram problemas para encontrar o fim da fila em meio à multidão.
Segundo dados do consulado do Brasil na cidade, mais de 5.000 pessoas já haviam votado na capital portuguesa até as 10h (7h do Brasil). Há 45.273 brasileiros aptos a votar, um aumento de mais de 113% em relação a 2018.
Após as 11h30, a afluência diminuiu, e os eleitores esperavam menos de 45 minutos para entrar na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, local único de votação.
No primeiro turno, os eleitores em Berlim enfrentaram até três horas de espera para votar. Neste domingo (30), não havia ninguém aguardando por volta das 14h.
O mesmo aconteceu em Londres, onde um novo andar para votação foi aberto no prédio da escola usada pela embaixada, distribuindo melhor as seções e diminuindo as filas. Eleitores que demoraram duas horas no início do mês relataram ter votado em 20 minutos agora.
No primeiro turno, Lisboa, Londres, Paris e Milão registraram espera de mais de uma hora. Cidade com maior número de eleitores brasileiros no exterior, a capital portuguesa ainda registrou tumulto entre grupos que apoiam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
Nas capitais francesa, britânica e alemã, o tempo de espera chegou a ser de três horas no primeiro turno. Quando o horário de votação se encerrou em Paris, às 17h (12h em Brasília), cerca de 2.000 senhas foram distribuídas pelo consulado brasileiro para dar conta das pessoas que ainda seguiam na fila. Com isso, a votação seguiu até as 19h (14h em Brasília).
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* Com Ivan Finotti, Giuliana Miranda, Michele Oliveira e Sylvia Colombo
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