*Gustavo Uribe e Ricardo Della Coletta

O presidente Jair Bolsonaro não divulgou até o momento cópia dos dois exames clínicos que realizou e que, segundo ele, deram negativo para o novo coronavírus. Nesta sexta-feira (20) o próprio Bolsonaro divulgou que há mais quatro casos confirmados de coronavírus entre seus assessores que estavam na comitiva que viajou com ele para os Estados Unidos, no começo do mês. São 23 o número de pessoas que estiveram com ele nos EUA.

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O presidente fez dois testes, um no dia 12 e o outro no dia 17. Nas redes sociais, ele informou que ambos deram negativo, mas não mostrou documento formal das análises. Quando realizou seu exame, o presidente Donald Trump (EUA) divulgou um memorando oficial assinado por seu médico, atestando que a análise não havia detectado o Covid-19.

A reportagem da Folha de São Paulo solicitou à Secom (Secretaria Especial de Comunicação) da Presidência da República cópia do exame em duas oportunidades, mas não obteve resposta.

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Até o momento, pelo menos 23 pessoas ligadas à comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos no início deste mês foram diagnosticados com a doença. Um deles foi o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, que um dia antes de seu teste ter dado positivo se reuniu três vezes com o presidente, sem máscara de proteção.

Nesta sexta-feira (20), outros assessores presidenciais foram confirmados com o coronavírus, sendo que dois deles têm contato frequente com Bolsonaro: o ajudante de ordem Mauro Cid e o assessor internacional Filipe Martins.

Na quarta-feira (18), em entrevista à imprensa, o presidente disse que poderia realizar um novo teste. A expectativa é de que ele seja feito na próxima segunda-feira (23).

Em live semanal, o presidente questionou na quinta (19) o efeito das medidas adotadas por governadores para tentar reduzir o risco de contágio da doença, como o fechamento de academias de ginástica e de fronteiras estaduais.

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– O remédio quando é em excesso pode não fazer bem ao paciente. Uns fechando supermercado outros querendo fechar aeroporto. Outros querendo colocar uma barreira na divisa entre estados e fechando academias. A economia tem de funcionar – disse.