Após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmar que o governo ainda não começou e que o presidente da República está "brincando de presidir" o país, Jair Bolsonaro disse que "não existe brincadeira" da parte dele. O chefe do Executivo lamentou o posicionamento de Maia e disse querer acreditar que o comandante da Câmara não disse essas palavras.
Continua depois da publicidade
— Olha, se foi isso mesmo que ele (Rodrigo Maia) falou eu lamento. Não é palavra de uma pessoa que conduz uma casa. Brincar? Se alguém quiser que eu faça o que os presidentes anteriores fizeram eu não vou fazer. Já dei o recado aqui — afirmou Bolsonaro, de acordo com o site G1.
Bolsonaro rebateu a frase de Maia após evento com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), na União Brasileiro-Israelita do Bem Estar Social (Unibes). O presidente da República destacou que a forma de atuar de seu governo "é respeitando todo mundo, e, acima de tudo, além de respeitar os colegas políticos, respeitar o povo brasileiro que me colocou lá".
A frase polêmica de Maia foi proferida após ele ser questionado sobre a fala de Bolsonaro de que estaria abalado por questões pessoais — uma referência à recente prisão do ex-ministro Moreira Franco, que é padrasto da sua mulher. A declaração foi dada ao programa Brasil Urgente, da Band, de José Luiz Datena.
— Abalados estão os brasileiros que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar. São 12 milhões de desempregados, 15 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza e o presidente brincando de presidir o Brasil — afirmou.
Continua depois da publicidade
As frases são mais um capítulo da relação conturbada entre o Executivo e o Legislativo. Na terça-feira (26), a Câmara impôs uma derrota ao governo ao aprovar uma proposta de emenda constitucional que engessa o Orçamento e diminui o poder do Executivo sobre os seus gastos.
Depois da aprovação, Maia tentou colocar panos quentes, afirmando que a mudança não era política. Após ser atacado em entrevista de Bolsonaro, porém, o tom mudou.
— O fundamental no Brasil hoje é recuperar nossa economia, é a gente aprovar a (reforma da) Previdência. Vamos parar de brincadeira e vamos tratar de forma séria.