O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e outros investigados por tentativa de golpe de Estado, têm depoimento marcado na Polícia Federal nesta quinta-feira (22). Os depoimentos fazem parte da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF há duas semanas. As informações são do g1.

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Foram chamados para prestar depoimentos presencialmente na sede da PF, em Brasília, os seguintes nomes:

  • Jair Bolsonaro (ex-presidente);
  • Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
  • Anderson Torres (ex-ministro da Justiça);
  • Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército);
  • Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência);
  • Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro);
  • Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha);
  • Valdemar Costa Neto (presidente do PL);
  • Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa);
  • Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército);
  • Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro);
  • Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército);
  • Bernardo Ferreira de Araújo Júnior;
  • Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército);

Para evitar contratempos, a Polícia Federal adotou a estratégia de que todos os investigados devem depor ao mesmo tempo. Uma forma de evitar que haja combinação de versões. Depoimentos também ocorrem em outras cidades do Brasil, confira:

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  • Rio de Janeiro: Hélio Ferreira Lima, ⁠Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, ⁠Ailton Gonçalves Moraes de Barros e ⁠Rafael Martins Oliveira;
  • São Paulo: Amauri Feres Saad e ⁠José Eduardo de Oliveira;
  • Paraná: Filipe Garcia Martins;
  • Minas Gerais: Éder Balbino;
  • Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
  • Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
  • Ceará: Estevam Theophilo (único marcado para sexta-feira).

De acordo com as investigações, Bolsonaro e seus aliados se organizaram para tentar um golpe de Estado, com o objetivo de mantê-lo no poder, impedindo a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Alexandre de Moraes nega pedido de Bolsonaro para adiar depoimento à PF

Parte dessa investigação envolve a realização de uma reunião ministerial em 5 de julho de 2022. Bolsonaro teria dito a ministros que eles não poderiam esperar o resultado da eleição para agir. Já os advogados do presidente afirmam, no entanto, que ex-presidente nunca pensou em golpe.

Bolsonaro poderá ficar em silêncio

Segundo a defesa do ex-presidente, ele deverá ficar calado durante o depoimento. Nos últimos dias, os advogados pediram duas vezes acesso aos autos da investigação. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o relator do caso, liberou o acesso aos mandados da operação.

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Os advogados do ex-presidente pediram, também, acesso às mídias digitais, como telefones, computadores e a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas Alexandre de Moraes não autorizou o pedido.

O que teria sido o motivo para a defesa comunicar que o ex-presidente não iria falar à PF, entrando com pedido para adiar o depoimento, mas Moraes negou. Nesta quarta, a defesa solicitou outra vez o acesso ao conteúdo das mídias. A alegação é de que é necessário “garantir a paridade de armas no procedimento investigativo”.

As provas contra Bolsonaro

Entre as provas usadas para embasar a investigação está a gravação de uma reunião de Bolsonaro, ministros e militares em julho de 2022, quando ele ainda era presidente.

De acordo com a Polícia Federal, o então presidente da República exigiu que seus ministros deveriam promover e replicar, em cada uma de suas respectivas áreas, todas as desinformações e notícias fraudulentas quanto à lisura do sistema de votação, com uso da estrutura do Estado brasileiro para “fins ilícitos e dissociados do interesse público”.

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Segundo o documento da Polícia Federal, na reunião gravada, o então ministro chefe do GSI, general Augusto Heleno, afirmou que conversou com o diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para infiltrar agentes nas campanhas eleitorais, mas adverte do risco de se identificarem os agentes infiltrados.

Nesse momento, Bolsonaro — possivelmente verificando o risco em evidenciar os atos praticados por servidores da Abin, segundo a PF — interrompe a fala do ministro, determinando que ele não prossiga em sua observação, e que posteriormente “conversem em particular” sobre o que a Abin estaria fazendo. O então ministro do GSI afirmou de forma categórica que deveriam agir contra determinadas instituições e pessoas. E que uma virada de mesa deveria ocorrer antes das eleições.

— Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa, é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa, é antes das eleições. Depois das eleições, será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva — diz Heleno.

Em outro momento da reunião, Bolsonaro diz que “o plano B, tem que botar em prática agora”.

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