O presidente eleito, Jair Bolsonaro, se recusou a responder às perguntas da reportagem ao embarcar agora, em Itacuruçá, para um passeio de barco com a família pela Restinga de Marambaia, uma área de reserva da Marinha, em Mangaratiba, município do litoral sul do Rio.
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Ele estava acompanhado da mulher, Michelle, da filha mais nova e do filho Carlos Bolsonaro, entre outros familiares, amigos e seguranças da Polícia Federal. Foi recebido por oficiais da Marinha, que possui um restaurante de acesso restrito na Reserva. Posou para fotos com eleitores e autorizou o embarque de um cinegrafista de TV em um barco de apoio.
Desde a manhã de hoje, Bolsonaro e sua equipe dão sinais de que vão restringir os contatos com a imprensa. Logo cedo, pelo Twitter, o presidente disse “desautorizar” declarações de qualquer grupo intitulado “equipe do Bolsonaro”. Citou diretamente os temas de previdência e CPMF, que já foram objeto de divergência entre membros da equipe econômica e seus assessores mais próximo da área política. Ao embarcar, o presidente, que ficou cerca de 5 minutos interagindo com dezenas de pessoas que correram para o deck, ignorou todas as perguntas.
Mais cedo, ao sair de uma reunião na casa de Bolsonaro, o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se recusou a responder à maior parte das perguntas. Ele informou apenas que havia aprovado os nomes da equipe de transição e confirmou a agenda do novo presidente em Brasília essa semana. Segundo ele, Bolsonaro só voltará a falar na quarta-feira, em Brasília, após encontro com o presidente Michel Temer.
Perguntado se havia sido baixada uma lei do silêncio, Onyx negou, mas avisou que os contatos com jornalistas serão mais restritos.
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A reportagem perguntou à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro, se eles pretendem retornar hoje da restinga. Ela não respondeu, mas policiais do Batalhão de Choque que fazem a escolta do presidente eleito informaram que foram orientados a permanecer em Itacuruçá.