Chamado publicamente de mentiroso pelo presidente Jair Bolsonaro, o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, pode deixar o governo nos próximos dias. Nem as negociações que envolveram ministros palacianos nesta sexta-feira (15) podem ter salvado o ministro.
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Segundo o jornal Folha de S.Paulo, após se reunir com Bebianno, Bolsonaro avisou a aliados que o ministro será demitido — e que a saída dele poderá ser formalizada na segunda-feira (18).
Bebianno se tornou o centro de uma crise instalada no Palácio do Planalto após a Folha de S.Paulo revelar um esquema candidaturas laranjas do PSL, presidido pelo ministro entre janeiro e outubro de 2018.
Embora tentasse um encontro pessoalmente com o presidente desde quarta-feira (13), Bebianno só foi recebido no fim da tarde, após ministros e aliados entrarem no circuito.
A conversa entre Bolsonaro e Bebianno teria sido ríspida, e o presidente chegou a deixar um ato de exoneração assinado. A gota d'água, segundo integrantes do Planalto, foi o vazamento de diálogos privados, exclusivos da Presidência, entre Bolsonaro e Bebianno ao site O Antagonista e à revista Veja.
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Nesta semana, o presidente chegou a endossar os ataques feitos pelo seu filho, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC), em que Bebianno foi chamado de mentiroso nas redes sociais por declarar ter conversado por três vezes com Bolsonaro em meio à crise das candidaturas laranjas.
Outra declaração que comprometeu a relação entre ambos foi a entrevista à TV Record em que Bolsonaro afirmou que, se for responsabilizado pelo caso dos laranjas do PSL, Bebianno precisará retornar às suas "origens", ou seja, deixar o governo.