O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (2) que pretende manter o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sob a alçada do Ministério de Justiça e Segurança Pública, pasta comandada pelo ministro Sergio Moro. A declaração foi dada durante uma transmissão feita pelo Facebook oficial, realizada em Balneário Camboriú, no litoral norte de Santa Catarina.
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— Há um trabalho para que ele [Coaf] vá para o Ministério da Economia. No que depender de nós, ele fica no Ministério da Justiça e Segurança. Até porque é uma ferramenta na mão desse ministério, para combater a lavagem de dinheiro e a corrupção — afirmou o presidente.
Quando surgiu, o Coaf era subordinado ao Ministério da Fazenda, cujo nome foi alterado depois que Bolsonaro assumiu. A pasta também passou a acumular funções que antes eram de outros ministérios, que acabaram extintos.
Ao assumir o cargo de ministro, o ex-juiz federal Sérgio Moro solicitou que o Coaf fosse transferido para a pasta que passou a comandar e foi atendido por Bolsonaro. Entretanto, nas últimas semanas, parlamentares começaram a fazer pressão para tentar devolver o órgão para o Ministério da Economia.
Outros assuntos abordados por Bolsonaro
Bolsonaro veio ao Estado para participar do Congresso dos Gideões Missionários da Última Hora, um evento realizado por líderes de igrejas evangélicas em SC. Apesar do compromisso, ele encontrou tempo para fazer a transmissão pelas redes sociais, algo que já é comum às quintas-feiras. Além do presidente, o empresário catarinense Luciano Hang e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, participaram da "live".
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O presidente abriu o pronunciamento na rede social lembrando uma participação que gravou com Silvio Santos, no SBT, para um programa que ainda irá ao ar nos próximos dias. Ele também falou a respeito da medida provisória que prevê a redução da burocracia para se abrir uma empresa.
Em seguida, ele falou sobre a situação da Venezuela e da Argentina. Sobre o país comandado por Nicolás Maduro, disse que o fato de o autoproclamado presidente Juan Guaidó não ter conseguido acabar com o governo do chavista não significa que o político tenha sido derrotado.
— Há uma fissura no exército da Venezuela, nas patentes mais baixas. Mas a tendência é a fissura subir para as patentes mais altas. Nós faremos todo o possível, dentro do nosso limite, para que a Venezuela volte à normalidade — pontuou o presidente, reiterando que o Brasil não vai interferir diretamente em assuntos fora da fronteira.
O general Heleno também disse que Maduro teria comprado o apoio dos militares, oferecendo-lhes cargos no alto escalão do governo em troca de apoio.
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— Esses generais foram aliciados por cargos que lhes dão um salário muito maior e influência na economia — frisou o ministro-chefe do GSI.
Bolsonaro ainda lembrou que a questão da Venezuela pode ter influência na economia do Brasil, já que o país vizinho é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Com a crise econômica vivenciada do outro lado da fronteira, a produção acabou reduzida e, com isso, a oferta do produto também, o que tende a aumentar os preços no mercado internacional.
— Se a oferta de petróleo cai, a tendência é aumentar os preços e, se aumentar o preço, temos consequências aqui nos combustíveis no Brasil — lembrou Bolsonaro.
O presidente citou a crise econômica na Argentina e afirmou que o Brasil vai dar todo o apoio ao país vizinho, para que saia da atual situação em que se encontra. Entretanto, ele disse que não dará suporte para uma saída que acabe na eleição de algum apoiador da família da ex-presidente Cristina Kirchner.
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