O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na tarde deste domingo (15) que a Petrobras não tabelará o preço dos combustíveis e insinuou uma possível mudança na política de preços da estatal.

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— Ninguém vai tabelar preço de combustível nem intervir na Petrobras — afirmou durante passeio de moto por diversos pontos em Brasília.

— O que eu acho que Petrobras poderia fazer, tem um artigo constitucional que fala da finalidade social da Petrobras. Não está sendo levado em conta. A paridade internacional só existe no Brasil — acrescentou.

Bolsonaro se referia ao Preço de Paridade de Importação (PPI), política de preços adotada na estatal a partir do governo de Michel Temer que atrela o preço de venda do petróleo produzido pela Petrobras ao praticado no exterior.

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O presidente da República levantou a possibilidade de mudança dessa política.

— O PPI não é uma lei, é uma resolução do Conselho [de Administração da Petrobras]. Se o Conselho achar que tem de mudar, muda, mas população como um todo não pode sofrer essa barbaridade porque atrelado ao preço do combustível está a inflação e poder aquisitivo da população está lá embaixo —disse.

Ainda durante o passeio, em uma parada para cumprimentar apoiadores, Bolsonaro disse que faria uma reunião em breve com o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, para ficarem “100% alinhados”.

Perguntado sobre se haveria novas trocas no comando da Petrobras, o presidente respondeu: 

— Você pergunta para o Adolfo Sachsida, que a Petrobras tá ligada diretamente a ele e não comigo.

Em sua live semanal na semana passada, Bolsonaro sinalizou que poderia fazer novas “mudanças de pessoas”, ao mencionar a companhia.

A saída de Bento Albuquerque da pasta fragilizou a posição de José Mauro Coelho no comando da empresa, avaliam integrantes do governo ouvidos pela Folha.

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No passeio de moto em Brasília no início desta tarde, o presidente da República evitou o tema e disse que “todos os ministros têm carta branca” e que “com certeza Sachsida será um bom ministro”.

O preço dos combustíveis se tornou um problema para as pretensões eleitorais de Bolsonaro, que tem criticado a política da Petrobras há algum tempo. Na semana passada, ele afirmou que o lucro de R$ 44,5 bilhões da companhia no primeiro trimestre deste ano é um “estupro” e um “absurdo”.

No fim de março, o presidente da República fez a segunda mudança no comando da empresa em seu governo. Pouco mais de um mês depois, decidiu substituir o ministro de Minas e Energia.

Em outra frente, Bolsonaro foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar forçar os governadores a diminuir a alíquota do tributo, o que aliviaria em parte a alta nos preços dos combustíveis.

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Na sexta (13), o ministro André Mendonça suspendeu em decisão liminar (provisória) cláusulas de uma norma contrária à lei que instituiu uma alíquota única de ICMS sobre o óleo diesel para todos os estados, em reais por litro, cobrada apenas na etapa de produção.

Os secretários estaduais da Fazenda se reuniram neste sábado (14) para discutir como reverter o problema.