O presidente Jair Bolsonaro pediu a aliados que façam contato com caminhoneiros alinhados ao governo para liberar as rodovias bloqueadas depois dos protestos do dia 7 de setembro. Em uma mensagem de áudio, o presidente diz que a interrupção do trânsito prejudica a economia. Dois ministros do governo confirmaram à Folha que Bolsonaro enviou a gravação. 

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“Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, diz Bolsonaro. 

Aliados do presidente temem que as manifestações de caminhoneiros nas estradas em apoio a Bolsonaro prejudiquem o governo caso os efeitos econômicos da paralisação se espalhem. Em algumas cidades, já há relatos de falta de combustíveis. 

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Caminhoneiros realizaram paralisações em trechos de rodovias em ao menos 15 estados – em Santa Catarina, até as 23 horas desta quarta, há registro de pelo menos 22 rodovias bloqueadas. Sem apoio formal de entidades da categoria, os motoristas são alinhados politicamente ao governo ou ligados ao agronegócio. 

Parte dos manifestantes segue a pauta dos protestos liderados por Bolsonaro na última terça-feira (7), com ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e pressões pela destituição de ministros da corte. Na gravação, o presidente pede que as discussões políticas sejam feitas pelas autoridades em Brasília. 

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“Deixa com a gente em Brasília aqui agora. Não é fácil negociar, conversar por aqui com outras autoridades, não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui, vamos fazer a nossa parte aqui, tá ok?”, diz Bolsonaro. 

Segundo o Ministério da Infraestrutura, os prostestos “não se limitam às demandas ligadas à categoria”. As principais pautas dos caminhoneiros hoje são preço do combustível e piso mínimo do frete. “Não há coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas”, afirmou a pasta. Entidades de caminhoneiros corroboram essa posição.

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*Por Julia Chaib e Bruno Boghossian.

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