O Brasil não vai deixar o Acordo de Paris sobre o Clima, disse o presidente Jair Bolsonaro em encontro com CEOs em Davos, na Suíça, segundo um dos participantes.
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Ele já havia feito um aceno nessa direção ao afirmar, na plenária do Fórum Econômico Mundial, que o país pretende estar sintonizado com o mundo na busca da diminuição de CO2 e na preservação ambiental.
Segundo o executivo presente na reunião que teve ainda a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro foi questionado pelos representantes das multinacionais sobre quais eram seus planos em relação ao ambiente e à questão indígena.
O presidente já chegou a dizer que o país poderia deixar o acordo climático fechado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, a exemplo dos Estados Unidos. Também já afirmou que era "algo a se pensar".
Em Davos, entretanto, Bolsonaro esclareceu sua posição, seguindo o que dissera seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Informou aos empresários e executivos estrangeiros que seguirá no acordo, mas que espera contrapartida pelo fato de o país ser um dos que menos poluem o planeta.
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Meio ambiente está na agenda de Davos
Clima é um dos principais trilhos da agenda em Davos neste ano, e os participantes mostram preocupação com a ação humana no aquecimento do planeta. Nesta terça-feira (22), o príncipe William entrevistou o naturalista David Attenbourgh a esse respeito na plenária.
No encontro fechado, que reuniu cerca de 30 executivos pouco após seu discurso, incluindo os CEOs do Bank of America, Brian Moynihan, e o da Salesforce, Mark Benioff, Bolsonaro também explicou seu projeto para a reforma da Previdência, sem contudo entrar em muitos detalhes -parte da plateia de seu discurso se frustrara com a ausência de informações sobre o assunto.
A reação dos executivos foi descrita como "muito positiva" por esse participante, embora tenham notado que o presidente ainda precisa passar da palavra à ação.