Uma pandemia para combater, uma crise econômica por ela causada e uma saída bombástica do seu superministro. Assim o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) completou nesta semana o 16º dos 48 meses que tem no mandato à frente da Presidência da República.

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Os desafios impostos pelo avanço do novo coronavírus e os reflexos que a doença traz para a economia do país mudaram os planos e adiaram a agenda liberal e de reformas que o presidente pretendia dar continuidade ao longo de 2020.

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A pandemia impôs uma correção de rota global. Agora, a urgência da equipe econômica de Bolsonaro passou a ser por respostas do Estado para garantir subsistência de pessoas que perderam o emprego por conta da crise, ajudar empresários e socorrer Estados e municípios, que devem sofrer com queda na arrecadação.

Mesmo com todos esses desafios, ainda há espaço para confrontos e turbulências políticas que acompanham o governo desde os primeiros meses da gestão. No episódio mais recente, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deixou o cargo acusando o presidente de interferência no comando da Polícia Federal e de querer informações sobre investigações – algumas delas de casos que envolvem diretamente os filhos dele e deputados de seu partido.

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As acusações e o rompimento de Moro foram como gasolina em uma fogueira que já estava aquecida após a demissão Luiz Henrique Mandetta (DEM) do cargo de ministro da Saúde, em plena pandemia do coronavírus. Desencadearam questionamentos sobre as possíveis nomeações de Bolsonaro, pedidos de impeachment e a abertura de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Esses esforços recaem sobre um governo que já acumulava desgastes nos últimos meses devido a falas polêmicas, defesa do regime militar, suspeitas sobre os filhos do presidente e ameaças ao funcionamento dos poderes. Nos últimos 16 meses, intensidade foi algo que não faltou nas ações do governo.

Mudanças de ministros, polêmicas de toda sorte e crises internacionais como a das queimadas na Amazônia fizeram de Bolsonaro uma figura ainda mais controversa, fonte de amor e ódio entre os brasileiros. É nesse cenário de conflitos que o Brasil se prepara para o período apontado como o provável pico da pandemia do coronavírus no país – neste sábado (2), o Brasil ultrapassou os 96 mil casos confirmados da Covid-19, com 6.750 mortes.

Se o mundo busca respostas para saber qual será o “novo normal” ao fim do isolamento, por aqui certamente os danos causados pela Covid-19, em vidas, na economia e nas contas públicas, também deverão determinar qual precisará ser a linha do governo Bolsonaro para conduzir o país no pós-pandemia.

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Confira a seguir uma fatos que marcaram os 16 primeiros meses de Bolsonaro no comando do país: