O pré-candidato do PSL à Presidência da República, deputado federal Jair Bolsonaro (RJ), comparou as autorizações sumárias dadas pelo presidente Ernesto Geisel para executar opositores do regime militar no Brasil a uma espécie de punição usada por pais contra seus filhos.

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— Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece — disse o parlamentar à Rádio Super Notícia, de Belo Horizonte, na manhã de sexta-feira (11).

Documento escrito pelo diretor da CIA em 1974, William Colby, e revelado na quinta (10) afirma que Geisel, quando assumiu o governo, deu continuidade à política de repressão e execução de presos políticos então praticada por seu antecessor, Emílio Médici.

Bolsonaro desmereceu o documento da agência americana de inteligência e defendeu a atuação dos militares à época:

— Voltaram à carga. Um capitão tá pra chegar lá. É o momento — disse, referindo-se à possibilidade de ele ser eleito presidente da República em outubro. Conforme o deputado, essa informação foi revelada por um historiador e nem havia publicada pela imprensa. — Tem que matar a cobra e mostrar o pau. Até na sua casa, com todo respeito, você vê quando você erra.

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Bolsonaro explicou o que acha que ocorreu para que o documento tenha sido produzido:

— O que pode ter acontecido com esse agente da CIA? Quantas vezes você não falou no canto? “Tem que matar mesmo, tem que bater”. Talvez o cara tenha ouvido uma conversa como essa, fez o relatório e mandou.

Em seguida, citou matéria publicada na imprensa sobre mortes ocorridas de militantes políticos e militares durante a ditadura:

— O momento era outro. Ou a gente botava para quebrar, ou o Brasil estava perdido.

O parlamentar comentou ainda sobre o movimento de resistência da época que ficou conhecido como Guerrilha do Araguaia.

— Se tivéssemos agido com humanismo ao tratar esse foco de guerrilha, teríamos no coração do Brasil uma Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). E graças aos militares daquela época, não temos — afirmou. — Esse pessoal que disse que matamos naquele momento, que desapareceu, caso estivesse vivo por um motivo qualquer, estaria preso acompanhando o Lula lá em Curitiba. Essas pessoas não têm qualquer amor à democracia e à liberdade. Eles querem o poder absoluto.

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