Os bolsonaristas acampados em frente ao Batalhão do Exército em Joinville começaram a deixar o local e se dispersar após ação da Polícia Militar ao longo desta segunda-feira (9). Vídeos mostram pessoas desmontando barracas, carregando mesas e desocupando a área na região central da cidade.
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A ação da PM começou de manhã após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), para desmontar as ocupações em QGs e unidades militares em todo país no prazo de 24 horas. A corporação de Joinville informou que “cumprirá a ordem” e, às 9h45, disse que já estava procedendo com a desocupação.
No último balanço divulgado às 15h20min, a Polícia Militar afirmou que menos de 30 pessoas ainda estavam no local desmontando as barracas. As viaturas da corporação permaneceram em frente ao Exército para garantir que o espaço fosse esvaziado, assim como em uma rua lateral que servia de apoio aos bolsonaristas.
Por volta de 18 horas, havia um grupo com menos de dez pessoas que permanecia em frente ao Batalhão do Exército com bandeiras do Brasil. Porém, as estruturas com tendas, barracas e mesas já tinham sido totalmente removidas.
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Vídeos de motoristas que passavam pelo local durante a ação policial mostram a desmobilização. Entre as imagens, um homem carrega uma mesa em cima da cabeça, enquanto outros dobram lonas e desmontam barracas.
O trânsito na região ficou congestionado devido à ação policial, já que há viaturas na rua e a movimentação dos bolsonaristas. No entanto, não há bloqueio total da pista e os veículos conseguem fazer o trajeto normalmente.
Muito barulho e pautas antidemocráticas
Em Joinville, uma das cidades com maior votação proporcional para Bolsonaro no país, não foi diferente. Os protestos iniciaram no fim de outubro e ganharam ainda mais força após a desocupação das rodovias catarinenses. A PM já havia feito a liberação do trânsito no início de novembro, já que golpistas trancavam as duas faixas da Rua Ministro Calógeras, no bairro Atiradores. No entanto, o acampamento continuou na calçada em frente ao 62º Batalhão de Infantaria.
Moradores que vivem em prédios e casas do entorno relatam que, munidos do “kit patriota”, que conta com bandeiras do Brasil amarradas ao corpo, camisas da Seleção Brasileira e faixas com pedidos de intervenção militar e “SOS Forças Armadas”, os bolsonaristas ora cantam o hino nacional, ora rezam o Pai Nosso e ajoelham-se no chão em frente a barracas que carregam estátuas de santos.
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— Há momentos que fazem tudo junto, começam com hino e terminam orando. É uma gritaria. Este fim de semana foi uma barulheira, é muito estressante — conta um morador, que não será identificado pela reportagem por questão de segurança.

Quem faz todo este barulho são famílias, compostas por crianças, idosos e até cães. Em algumas ocasiões, os golpistas chegaram a promover churrascos, com bebida alcoólica, música e muita festa no meio da rua. No local também já aconteceu um desfile de tratores e, em uma das oportunidades, um robô de led marcou presença.
— Moro aqui em frente ao Batalhão há cinco anos, e esses últimos meses têm sido péssimos para se morar e descansar na minha própria casa. Muito barulho até meia-noite, pra mais ainda — relata uma jovem.
Uma terceira moradora ainda disse que, durante o dia, poucas pessoas ficam no local. A maior concentração acontece durante à noite e aos fins de semana. Ela diz que, nesta manhã, ainda percebeu alguns manifestantes chegarem com cadeiras de praia, mas que ficaram por pouco tempo e foram embora.
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