Preparar um festival que recebe quase 800 participantes, tem cerca de 200 concertos e 30 mil horas de aulas não é tarefa para uma equipe pequena. Neste ano, um apoio extra foi incorporado à pré-produção do Festival de Música de Santa Catarina (Femusc).
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Um grupo de bolsistas, que recebem do próprio Femusc a possibilidade de participar gratuitamente do festival, passa por duas semanas para o outro lado do evento, acompanhando e auxiliando nos detalhes finais antes da grande estreia. Para eles, uma chance de aprendizado. Para o festival, uma bem-vinda ajuda extra.
Diretora executiva da Sociedade Cultura Artística (Scar), Edilma Lemanhê conta que a prática de oferecer bolsas acompanha o Femusc há anos. Boa parte das bolsas é recebida por alunos da Scar, inclusive pela proximidade do festival com a Sociedade Artística. Este, porém, é o primeiro ano no qual bolsistas ajudam no preparo do evento.
– Eles começam duas semanas antes, ajudando no preparo, para depois dedicarem-se totalmente ao festival – conta Maykon Junkes, assistente artístico do festival, que acompanha o trabalho dos bolsistas.
Os trabalhos dividem-se entre a parte organizacional, como a correção de dados no sistema que gera a agenda diária de cada participante, até o preparo de estruturas, como a organização da sala de figurinos.
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– Os figurinos já estão prontos, mas eles vão deixar todos organizados. Esse é o diferencial. Os bolsistas atuam nos detalhes, que são trabalhosos, mas dão o brilho final – analisa Maykon.
Perspectiva
Para eles, é uma oportunidade de vivenciar o Femusc de uma perspectiva nunca observada.
– Antes, eu não sabia como era. Eu só chegava aqui para o festival e pegava tudo pronto. Agora, nós fazemos, e são muitos detalhes – conta Letícia Caroline Ferreira, 18.
– Se quisermos organizar um evento, sabemos como fazer – completa Karine Karsten, de 19 anos.
Para Edilma, é justamente esse aprendizado extra que se destaca.
– É bacana, pois temos uma estrutura capaz de executar um evento deste porte e estamos qualificando mão de obra. Afinal, alguém vai nos suceder na organização do festival – sorri ela.
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Conhecimento que fica em Jaraguá do Sul
Se aprender técnicas para organizar um festival é um dos ganhos dos bolsistas, a oportunidade de participar do festival em si é festejada. Para Edilma Lemanhê, as bolsas direcionadas aos jaraguaenses garantem que o conhecimento transmitido no Femusc permaneça na cidade.
– Os alunos passam o ano estudando aqui e querem nesse período ter um conhecimento extra. Para nós, é importante, pois estamos formando músicos, e esse conhecimento musical fica conosco.
Os alunos também reconhecem a importância do evento. Letícia lembra que muitos professores do Femusc vêm de fora e trazem aprendizados diferenciados. Além disso, destacam também o conhecimento obtido com colegas. Sem contar as amizades, que se mantêm ao longo dos anos. Para muitos alunos, todo esse conhecimento é possibilitado pelas bolsas. É o caso de Vitoria Packer Novacoski, 17. Ela, que faz aula de flauta transversal e vive em Corupá, diz que possivelmente não participaria do evento se não houvesse a bolsa.