O temor de investidores de que o pacote de combate à crise no mercado financeiro, aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos na última sexta-feira, não tenha o impacto necessário, a demora na sua aplicação e novos sinais de que a crise está se agravando na Europa derrubaram as bolsas de valores em todo o mundo nesta segunda.
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Nos Estados Unidos, pela primeira vez em quatro anos, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, operou abaixo dos 10 mil pontos. Durante a manhã, o Dow Jones e o Nasdaq apresentaram queda superior a 5%. Uma força-tarefa da Casa Branca comunicou que está acelerando os preparativos para intervir no mercado e o Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, anunciou que vai pagar juros aos bancos pelas reservas obrigatórias que as instituições depositam no Fed. O Dow Jones fechou com queda de 3,58%. O Nasdaq perdeu 4,34%.
Na Europa, a Bolsa de Paris teve a maior queda da sua história: 9,04%. Londres fechou com queda de 5,77% e Frankfurt, de 7,07%. Na Alemanha, o governo anunciou uma ajuda de 50 bilhões de euros para o banco Hypo Real Estate, umas das financiadoras imobiliárias mais importantes do continente. O banco já havia conseguido, na semana passada, 35 bilhões de euros do governo alemão e outras instituições financeiras, mas as instituições desistiram do socorro no sábado. O banco francês BNP Paribas comprou 75% das operações do grupo Fortis na Bélgica e em Luxemburgo, em troca de uma participação minoritária dos dois governos no seu capital. Já o governo da Holanda nacionalizou o braço holandês do Fortis. Enquanto o governo alemão anunciou o compromisso de garantir os depósitos em banco no país, mesma posição tomada na Dinamarca, a Suécia aumentou substancialmente as quantias seguradas. Os governos da Irlanda e da Grécia já haviam dado essa garantia integralmente.
Em uma reunião em Paris, no sábado, os líderes das maiores economias européias – França, Reino Unido, Alemanha e Itália – prometeram se empenhar para evitar quebras de bancos. Hoje, os presidentes da Espanha, José Luis Zapatero, e da França, Nicolas Sarkozy, convocaram reuniões com os presidentes dos principais bancos dos seus países. Na Islândia, uma dos países mais afetados pela crise, o governo suspendeu a venda de ações de seis instituições financeiras, incluindo os três maiores bancos.
Na Ásia, os mercados também não mostraram otimismo com o pacote americano. O índice Nikkei, de Tóquio, fechou com queda de 4,25%. A bolsa de Hong Kong caiu 4,97%. Na Indonésia, a bolsa fechou com baixa de 10%, maior da sua história.
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Na América Latina, as bolsas fecharam em queda de 5,43% (São Paulo), 5,91% (Buenos Aires), e 5,4% (Cidade do México).
Algumas das principais bolsas do mundo:
Nova York/Dow Jones -3,58%
Nova York/Nasdaq -4,34%
Paris -9,04%
Frankfurt -7,07%
Londres -5,77%
Xangai -5,23%
Hong Kong -4,97%
Jacarta -10,03%
Kuala Lumpur -1,95%
Tóquio -4,25%
Cingapura -5,61%
Seul -4,29%
São Paulo – 5,43%
Buenos Aires -5,91%
Cidade do México -5,4%
Entenda a crise: