A saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, embora ainda não oficializada pelo Planalto publicamente, deu o tom para as negociações no mercado financeiro nesta sexta-feira. E a notícia não foi bem recebida. Ao longo da tarde, na medida em que as especulações levantadas durante a semana se confirmavam, a bolsa de valores aumentou as perdas, e o dólar intensificou a alta em relação ao real.

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A economia brasileira antes e depois de Joaquim Levy

O Ibovespa encerrou o dia com queda de 2,8%, aos 43.910 pontos, menor patamar desde abril de 2009. Já a moeda americana subiu 1,48%, cotada a R$ 3,95.

Parece que o governo não quer nenhuma reforma”, afirma Levy

Mais do que a saída de Levy, que já era esperada por analistas, o que aumentou o pessimismo entre os investidores foram os nomes sugeridos para assumir a pasta, em especial, o do atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa — que deve ser oficializado no cargo ainda nesta sexta-feira.

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A maior proximidade de Barbosa com a presidente Dilma Rousseff, principalmente no jeito mais heterodoxo de conduzir a economia, é vista negativamente pelo mercado, que apostava em um nome que reforçasse o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

As ações da Petrobras, fortemente influenciadas pelas mudanças no cenário político, fecharam em queda e ajudaram a puxar a bolsa para baixo — também repercutindo a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Fitch. O papel preferencial da estatal, mais negociado, encerrou com baixa de 2,5%, a R$ 7,02.

Os ativos de empresas do setor financeiro, o mais pesado em termos de participação na carteira teórica do Ibovespa, também registraram desvalorização.