Em uma sexta-feira marcada pelo anúncio dos cortes no Orçamento da União, o dólar disparou e a bolsa de valores registrou forte queda. A moeda americana teve valorização de 1,73% ante o real, e terminou a semana cotada a R$ 3,0951 – este é o maior valor para a divisa desde meados de março. Já o Ibovespa, principal índice acionário do país, caiu 1,33% puxado pelas ações da Petrobras e dos bancos, e terminou o dia com 54.377 pontos – a bolsa acumulou baixa de 5% na semana.

Continua depois da publicidade

O ajuste fiscal foi o principal assunto do dia para o mercado fianceiro. Aém da apresentação dos cortes no Orçamento, nesta sexta-feira o governo editou medida provisória elevando a cobrança de tributos de bancos na busca de reforçar o caixa. A alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) subiu de 15% para 20% para instituições financeiras, com potencial de geração de R$ 4 bilhões de recursos extras. O último aumento da CSLL havia ocorrido em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula, quando a alíquita foi de 9% para 15%.

As ações dos principais bancos fecharam voltaram a fecham em queda com a confirmação do aumento da CSLL, que vinha sendo especulado desde o incício da semana.

Leia as últimas notícia de economia

Continua depois da publicidade

Os papéis da Petrobras também fecharam com baixas, contribuindo para a queda do Ibovespa. O mercado repercute informação divulgado pelo Valor Econômico sobre o futuro da estatal. Segundo o jornal, a petrlífera já escolheu alguns ativos que colocará à venda para melhorar o caixa e diminuir o endividamento. O plano seria vender participações minoritárias de algumas subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Gaspetro, e de seu parque de geradoras de energia térmica.

Juros dos EUA devem subir neste ano, afirma Yellen

No câmbio, além da repercussão envolvendo o ajuste fiscal do governo, pesou a declaração, nesta sexta-feira, da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, sobre o futuro da política monetária americana.

Apesar da desaceleração da retomada econômica dos Estados Unidos nos últimos meses, Yellen ainda espera que o Fed volte a elevar as taxas de juros americanas neste ano. Para ela, a turbulência recente na recuperação do país é temporária, refletindo, inclusive, ao impacto do inverno na atividade econômica.

– Se a economia continuar a melhorar como eu espero, acho que será apropriado, em algum momento deste ano, dar o passo inicial para elevar as taxas de juro para os fundos federais e começar o processo de normalização da política monetária – disse a presidente do Fed.

Continua depois da publicidade

ZH explica: por que a alta dos juros nos EUA fazem o dólar subir

Uma alta dos juros nos Estados Unidos incentivaria investidores que hoje aplicam capital em economias emergentes, como o Brasil – com maior risco, mas retorno elevado – a realocarem recursos na economia americana. Com quantidade menor de dólares por aqui, a cotação do real tende a subir ainda mais em relação ao patamar atual.