A Polícia Civil do Rio Grande do Sul encontrou a assinatura de Deise Moura dos Anjos, suspeita no caso do bolo que matou três pessoas da mesma família, no comprovante de entrega de uma encomenda de arsênio. A informação foi confirmada pelo chefe da corporação, Fernando Sodré, em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta terça-feira (28).

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Segundo o delegado, a polícia recebeu dados que haviam sido pedidos aos Correios. A investigação já havia descoberto que ela fez consultas pelo veneno na internet.

— Foi recebido o comprovante da entrega do arsênio com a assinatura dela — afirmou Sodré.

A prisão de Deise foi prorrogada por 30 dias, conforme o delegado. Ele diz não ter dúvidas de que Deise é culpada pelo envenenamento da família do marido a partir da farinha usada para fazer o bolo. Ela também seria a responsável pela morte do sogro, quatro meses antes, também por arsênio.

— São provas que nos deixam muito seguros de que foi ela a autora — disse Sodré.

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Nota fiscal do arsênio

De acordo com a polícia, Deise comprou arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Uma das compras ocorreu antes da morte do sogro, em setembro, e as outras três antes do caso do bolo, em dezembro. O veneno teria sido comprado pela internet e recebido pelos Correios.

Fantástico teve acesso com exclusividade à nota fiscal de setembro, que tem o nome dela no campo do destinatário. Naquele momento, segundo a investigação, o arsênio foi colocado no leite em pó que foi ingerido com café pelos sogros de Deise. No caso mais recente, o veneno foi misturado à farinha usada para fazer o bolo.

Relembre o caso

O que diz a defesa

A irmã de Deise mandou uma carta ao Fantástico rebatendo as acusações. Disse que a polícia já está a condenando antes do julgamento, que ela ajudou os sogros durante e após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, e que Deise nunca foi uma pessoa fácil de lidar, mas que isso não faz dela uma assassina.

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Em nota, o advogado da acusada citou a necessidade da presunção de inocência, já que o inquérito ainda não possui relatório final e, em relação aos dados extraídos do celular dela, afirmou que devem ser avaliados no contexto correto no qual estão inseridos.

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