A França concedeu em 27 de junho e depois retirou na terça-feira à noite a autorização de sobrevoo de seu espaço aéreo para o avião do presidente boliviano Evo Morales, afirmou o embaixador da Bolívia em Paris, Jean Paul Guevara, que denunciou uma “agressão flagrante”.
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– A permissão de sobrevoo da França havia sido concedida em 27 de junho e foi retirada quando o avião estava a poucos minutos do espaço francês – afirmou Guevara em uma entrevista coletiva, ao lado de outros embaixadores latino-americanos, que manifestaram solidariedade.
– A atitude constitui uma violação das convenções internacionais em vigor e um atentado à vida e à segurança do chefe de Estado, obrigado a fazer um pouso de emergência na Áustria.
Após 13 horas de tensão no aeroporto de Viena, na Áustria, o presidente da Bolívia, Evo Morales, finalmente foi autorizado a seguir viagem.
A Bolívia considera que foram “condutas discriminatórias e de intimidação baseadas em suspeitas infundadas e mal-intencionadas” sobre uma suposta presença do ex-analista de inteligência americano Edward Snowden no avião presidencial.
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Vindo de Moscou, onde participou de uma conferência sobre energia nesta semana, Morales havia acenado com a possiblildade de conceder asilo político ao delator de um esquema secreto de espionagem via internet do governo americano. Snowden está há 10 dias na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, sem documento para viajar e esperando por asilo político pedido para 21 países.
– O governo da Bolívia denuncia como atitude inamistosa e uma agressão flagrante a retirada da autorização de sobrevoo do avião presidencial dos espaços aéreos de França e de Portugal – disse e embaixador boliviano em Paris.
Guevara explicou que “Portugal havia anunciado a retirada da permissão de sobrevoo e pouso, para depois mudar de decisão e conceder apenas o sobrevoo, impedindo um reabastecimento necessário” do avião.
– A França anunciou a retirada da permissão de sobrevoo quando o chefe de Estado boliviano estava a poucos minutos de entrar no espaço aéreo francês – disse.
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Guevara disse que a permissão em questão “foi solicitada há uma semana e concedida em 27 de junho” e que, como é habitual, “a lista de pessoas que viajariam no avião foi enviada”.
Bolívia denuncia ante a ONU e ACNUDH fechamento do espaço aéreo europeu
A Bolívia decidiu denunciar ante a ONU e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) França, Itália, Portugal e Espanha por fecharem temporariamente na terça-feira seu espaço aéreo ao presidente Evo Morales, disse nesta quarta-feira o vice-presidente e presidente em exercício, Alvaro García.
– Como governo estamos levando adiante todas as denúncias em nível internacional. Já fizemos a denúncia ante as Nações Unidas e nas próximas horas faremos a denúncia diante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos – pela violação de direitos internacionais, disse García em uma coletiva de imprensa em La Paz.