A morte do engenheiro norte-americano Shane Gaspard, 43 anos, ocorrida na noite de Natal em Penha, Litoral Norte, é tratada no boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil como sendo homicídio doloso e não suicídio.

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No documento, a que o DC teve acesso, não consta em nenhum momento o relato de que o estrangeiro possa ter tirado a própria vida, conforme teriam supostamente cogitado à polícia alguns dos presentes na festa que acontecia na casa onde o corpo foi encontrado.

O chamado “BO” é o documento que origina a abertura de inquérito pela polícia e a narrativa costuma ser fundamental para o esclarecimento dos fatos.

A comunicação foi feita na delegacia de Penha por um parente da mulher que também participava da festa, numa casa no Bairro Praia Alegre.

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Ele relata que, por volta das 3h, foi informado pela cunhada (mulher de Gaspard) de que a vítima estava caída embaixo da caminhonete do casal e que ao se aproximar notou que estava gravemente ferida.

Consta no final do relato que ele tentou reanimar Gaspard, mas não conseguiu evitar a morte, quando então acionou a Polícia Militar. No “BO” estão ainda dados sobre sete testemunhas que estavam na casa.

Até agora, a polícia não revelou detalhes da investigação. O delegado responsável pelo inquérito, Rodolfo Farah, da delegacia de Piçarras, espera que os laudos do Instituto Médico Legal (IML) apontem a causa da morte.

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Por enquanto, a polícia descarta que Gaspard tenha sido vítima de assalto, pois nada foi roubado da casa. Como não havia sinais de defesa dele no local, o delegado também não acredita que o estrangeiro possa ter sido vítima de algum invasor da residência, usuário de drogas, por exemplo.

Para os policiais, uma faca suja de sangue encontrada dentro do carro – e não junto ao corpo do lado de fora -, além dos indícios de que a morte não foi instantânea, são alguns pontos que sugerem ter ocorrido assassinato.

Três policiais civis experientes ouvidos pelo DC disseram que é incomum alguém tirar a vida com faca e golpe no coração.

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Foram ouvidas duas testemunhas esta semana: a viúva e o cunhado de Gaspard, mas o teor dos depoimentos não foi revelado.

A polícia afirma apenas que eles colaboraram com a investigação. No relatório policial, há informações de vizinhos que o casal brigava bastante.

Os familiares do norte-americano estão abalados e não querem dar entrevistas. Nesta sexta-feira, ainda não havia confirmação do destino do corpo, que segue sob os cuidados da funerária Bom Pastor, em Penha.

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A empresa informou que aguarda a definição das famílias – a que mora em SC e a dos Estados Unidos – sobre se deverá fazer o traslado para o exterior, onde vivem os pais de Gaspard, ou se o enterro deverá ser no próprio Litoral Norte catarinense.