Juliana Leite Rangel, de 26 anos, está “sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis”, diz o último boletim médico divulgado pelo Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN) neste domingo (5). O documento ainda informa que a jovem, baleada na cabeça pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio de Janeiro, na véspera de Natal, está respirando sem necessidade de ventilação mecânica e tem boa interação com o ambiente e as pessoas. Com informações do O Globo.
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Conforme o boletim, Juliana tem melhorado progressivamente a cada dia, sem mudanças clínicas nas últimas 24 horas. A jovem está lúcida e recupera as funções cognitivas e motoras. Ela segue em terapia intensiva, sem previsão de alta do CTI.
Quem é a jovem de 26 anos baleada na cabeça pela PRF a caminho da ceia de Natal
Família celebra progresso
A mãe de Juliana, Deyse Rangel, disse que a família tem ido diariamente à igreja para agradecer, de joelhos no chão, por cada avanço da jovem.
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— Estamos vendo que a Ju está melhorando a cada dia, mexendo as pernas e os braços. Ela ainda não está falando, mas responde com os olhos sempre que conversamos com ela. Estamos indo à igreja diariamente para agradecer a Deus, de joelhos no chão, porque é uma felicidade enorme com cada progresso que ela tem. Se ela abre os olhos ou mexe a perna, um conta para o outro e ficamos todos emocionados. Está assim – contou a mãe.
O progresso do estado de saúde de Juliana surpreende até mesmo a equipe médica do hospital, informou a mãe. A jovem ainda não tem previsão de receber alta, mas parentes e amigos já planejam como será a festa para o momento que ela for liberada:
— Até os médicos estão surpresos com a recuperação rápida dela. Eles sempre dizem que ela lutou muito pela vida, então estamos confiantes de que ela sairá dessa sem sequelas. Já estamos imaginando o dia de sua alta. Quando ela sair do hospital, queremos fazer uma verdadeira festa. A Ju sempre dizia que era uma “diva”. Então, queremos fazer uma faixa com isso escrito, porque agora ela é realmente uma diva, e não só para nossa família. Queremos algo bem bonito para celebrar. Afinal, ela ganhou uma nova data de aniversário.
Quem é Juliana Leite Rangel
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Relembre o caso
Na noite de 24 de dezembro, Juliana estava no banco de trás do carro da família, ao lado do irmão mais novo, de 17 anos, e da namorada dele. Na frente, estavam a mãe da jovem, Dayse Rangel — no carona, com o cachorro de estimação no colo —, e o pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, que conduzia o veículo. Todos seguiam para Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde passariam o Natal com parentes.
— A gente foi passar o Natal na casa da minha outra filha. Estávamos com a ceia toda no carro. Olhei pelo retrovisor, vi o carro da polícia e até dei seta para eles passarem, mas eles não ultrapassaram. Aí começaram a atirar, e falei para os meus filhos deitarem no assoalho do carro. Eu também me abaixei, sem enxergar nada à frente, e fui tentando encostar. O primeiro tiro acertou nela. Quando paramos, pedi para o meu filho descer do carro, então olhei para Juliana: ela estava desacordada, toda ensanguentada, tinha perdido muito sangue. Eles chegaram atirando como se eu fosse um bandido. Foram mais de 30 tiros — falou.
“Foram mais de 30 tiros”, diz pai de jovem baleada na cabeça pela PRF no RJ
Alexandre, que foi atingido nos dedos, conta que os vidros dianteiros do carro estavam abertos. Ele chegou a pensar que toda família iria morrer.
— Meu Natal acabou ali. Eles nem me abordaram, só atiraram. Meu dedo está com o osso todo exposto. Se tivessem nos abordado, com certeza teríamos parado. A janela dianteira do carro estava aberta, mas o vidro é escuro. Naquele momento, só pensava que era o nosso fim. Depois, só pedia para não deixarem minha filha morrer. Creio e estou rezando para que ela saia dessa — desabafou.
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Os agentes da PRF reconheceram em depoimento que dispararam contra o carro da família de Juliana. A equipe, formada por dois homens e uma mulher, foi afastada do cargo.
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