Estrelo, Barroso, Moro e Baíto podem esperar tranquilos o fim da reforma do Engenho Lanches. Os quatro bois se revezam em jornadas de quatro horas no interior do estabelecimento de Paulo Lopes, em uma réplica de engenho, marca do lugar. A partir de junho, quando o restaurante na BR-101 concluir a maior reestruturação em duas décadas, o pequeno grupo de trabalhadores bovinos irá largar o serviço de uma vez por todas e, finalmente, desfrutar a tão merecida aposentadoria.

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Presentes até no logotipo do Engenho, os bois continuarão acessíveis aos turistas. A diferença é que a observação deverá ser feita de uma passarela erguida pelo pasto, onde estarão o novo engenho e um memorial à história do lugar.

– Os animais vão continuar ali, mas como parte da história. Acredito que isso vai deixar tanto os bois quanto os clientes mais felizes – explica Adilson Mota, dono da parada.

Bois ficam ao alcance de clientes dentro do restaurante. Após ampliação, turistas terão que ir ao pasto para ver os animais. Foto: Daniel Conzi/Agência RBS

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Mota explica que a ideia foi maturada por cinco anos, mas a mudança exigiu um exaustivo trabalho de conscientização. Ele conta que os bois são doados adultos por proprietários que já não veem sentido em arcar com o custo do animal.

– A verdade é que, se eles não estivessem conosco, teriam virado bife. Chegamos a recusar bois que os donos precisavam se desfazer, mas não queriam sacrificar.

Estrutura do restaurante irá quadruplicar

O restaurante fundado em 1996 é inspirado na herança agrícola que os irmãos Mário e Adilson Mota trouxeram de Meleiro, no Sul de SC. Na época, os dois montavam engenhos em festas e, atentos ao sucesso da iniciativa, resolveram apostar no estilo rústico quando abriram o estabelecimento.

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Reformado e ampliado, o restaurante ganhará ares de modernidade, sem perder o tom rural, todo erguido em madeira, tijolo e pedras. O novo Engenho, que hoje emprega 50 pessoas, terá 120 funcionários. Já o espaço disponível vai aumentar de 800 m² para 3 mil m²

– É um novo conceito de paradas na estrada. O cliente não vai parar porque precisa, mas porque é um prazer – explica Adilson Mota.

Espaço previsto pelo proprietário Adilson Mota inclui banheiros com iluminação natural, produtos locais e um “pet place”. Foto: Daniel Conzi/Agência RBS

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Os três edifícios onde hoje se encontra o Engenho serão demolidos, dando lugar a um amplo estacionamento. No terreno ao lado, quatro prédios novos estão a caminho da conclusão, prevista para junho. Também estão sendo planejados uma farmácia, um espaço para produtos locais e banheiros com iluminação natural.

Uma mudança que deve agradar aos amantes de animais, da mesma maneira que a transferência dos bois para o espaço externo, também está prevista: um local onde os donos poderão lanchar junto de seus bichos de estimação. A área para o “pet place” já foi reservada e será separada por um vidro do restaurante principal, como determina a vigilância sanitária.

– Quem tem um animal em casa o vê como um membro da família, e não como algo que pode ser amarrado do lado de fora – explica Mota.

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