Colômbia e Venezuela iniciaram neste sábado, em Quito, um encontro de chanceleres visando aparar arestas e definir uma reunião de presidentes que acabe com a crise diplomática envolvendo a fronteira comum.

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Após semanas de tensão, os dois governos retomaram seus contatos diplomáticos, interrompidos pela chamada para consultas de seus respectivos embaixadores, em razão do fechamento de alguns pontos da fronteira decidido por Caracas.

As chanceleres de Colômbia, María Ángela Holguín, e de Venezuela, Delcy Rodríguez, se encontraram em Quito a partir das 15H40 local (17H40 Brasília), sob o amparo de Equador e Uruguai.

Ao chegar ao Palácio de Najas, sede da diplomacia equatoriana, Holguín expressou “sua melhor disposição para iniciar a reunião”, enquanto Rodríguez afirmou que vinha “a uma reunião muito importante para criar condições a um encontro dos presidentes”.

Equador e Uruguai acompanham o encontro como presidentes da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), respectivamente.

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No dia 26 de agosto, Holguín e Rodríguez se encontraram no porto caribenho de Cartagena das Índias, mas não obtiveram uma saída para a crise.

“Se daqui (Quito) pudermos sair com uma data e um local para a reunião dos presidentes, será fantástico, caso contrário, não devemos nos desesperar. É possível que seja necessária outra reunião”, comentou o chanceler do Equador, Ricardo Patiño.

Na quinta-feira, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convocou seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, para resolver pessoalmente a crise na fronteira comum.

“Presidente Santos, por que você e eu não aplicamos um pouco de sabedoria popular e nos sentamos cara a cara logo, logo. Você está deixando as coisas para muito depois”, disse Maduro, durante um ato público transmitido pela televisão estatal.

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A crise bilateral foi deflagrada em 19 de agosto passado, quando desconhecidos atiraram em três militares venezuelanos que faziam uma operação contra o contrabando na localidade de San Antonio del Táchira (oeste). Depois desse episódio, Maduro ordenou o fechamento de amplos trechos da fronteira, de 2.219 km.

Desde então, 1.467 colombianos foram deportados, segundo o governo venezuelano por estarem sem identidade, enquanto outros 18.000 fugiram por medo de serem expulsos sem suas famílias, de acordo com as Nações Unidas.

* AFP