A Boeing e a Embraer assinaram nesta quinta-feira (5) um protocolo de acordo para a formação de uma joint-venture avaliada em 4,75 bilhões de dólares e que absorverá as atividades civis do grupo brasileiro.
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Pelos termos do acordo, o novo grupo, de capital fechado, será controlado em 80% pela Boeing, e os 20% restantes ficarão com a Embraer.
O grupo americano vai gerenciar as “atividades da Embraer no setor da aviação comercial e de serviços”, indica um comunicado conjunto dos novos sócios.
O acordo final será submetido à aprovação do governo brasileiro – que dispõe de uma “golden share”, a qual dá poder de veto a Brasília em questões estratégicas da Embraer.
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As duas empresas “vão se posicionar para oferecer um portfólio completo de aviões comerciais altamente complementar (de 70 a mais de 450 assentos)”, segundo o comunicado conjunto divulgado.
A transação, que acontece depois de inúmeras especulações, vai permitir à Boeing completar seu portfólio com aparelhos com uma capacidade de até 150 assentos.
A sede da empresa ficará nas instalações da Embraer em São José dos Campos, São Paulo, mas a Boeing terá “o controle operacional e de gestão da nova empresa”, afirma o texto.
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A área de defesa e de aviação executiva da Embraer não fará parte do novo grupo.
Mas as duas empresas criarão uma segunda estrutura conjunta “para promover produtos e serviços de defesa, em especial o avião multimissão KC-390” da Embraer, indica o documento.
“Esta parceria estratégica é a evolução natural de um longo histórico de colaboração entre a Boeing e a Embraer em uma série de iniciativas no setor aeroespacial há quase três décadas”, afirmou o vice-presidente executivo financeiro e vice-presidente de Estratégia e Desempenho da Boeing, Greg Smith.
“Os investimentos conjuntos na comercialização global do KC-390, assim como uma série de acordos específicos nas áreas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento e cadeia de suprimentos, ampliarão os benefícios mútuos e aumentarão ainda mais a competitividade da Boeing e da Embraer”, disse o vice-presidente executivo financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, Nelson Salgado.
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O acordo permite à Boeing se posicionar frente a seu grande concorrente, a europeia Airbus, que recentemente se aliou à canadense Bombardier, competidora direta da Embraer, na batalha pela conquista dos céus em um momento em que surgem novos atores nesse mercado.
As ações da Embraer ganharam este ano mais de 30% ante à perspectiva de que esta aliança fosse selada.
A Embraer é o terceiro fabricante aeronáutico mundial, com um volume de negócios de 6 bilhões de dólares e 16.000 empregados.
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Privatizada em 1994, é uma das joias da indústria brasileira, com uma gama de aviões civis, militares e também jatos executivos.
A Boeing, gigante aeroespacial dos Estados Unidos, reportou lucros de 2,5 bilhões de dólares no primeiro trimestre do ano, 56,9% a mais do que no mesmo período de 2017. A receita subiu 6,5%, a 23,4 bilhões, no período.
* AFP