O bodyboarder Eder Luciano, 27 anos, é o típico manezinho de Itapema. Tem o sotaque característico do nativo litorâneo, conhece a maioria dos moradores e mostra orgulho de dizer que nasceu no Sertãozinho, um dos bairros mais tradicionais da cidade. Agora, Canjica, como é conhecido pelos amigos, é uma celebridade na terra natal. É possível ver outdoors com a cara dele e uma faixa destacando o seu último feito até mesmo na prefeitura. Status comprovado na última sexta-feira, quando ele desfilou de carro aberto pelas principais ruas da cidade. Nem mesmo os moradores mais antigos conseguem se lembrar se alguma vez outro morador já teve essa honra.

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Eder conquistou, no dia 15 de outubro, o segundo título consecutivo do ISA Games, uma espécie de Copa do Mundo do bodyboard. A exemplo do ano passado, a competição aconteceu em Playa Parquito, na Venezuela. Depois, ele disputou competições em Porto Rico, na Colômbia e no Rio de Janeiro. Só chegou em casa na semana passada. Antes de subir no caminhão de bombeiros, ele conversou com a reportagem de O Sol Diário. Confira os principais trechos da entrevista.

Você já tinha tido uma recepção como essa?

Eder Luciano – Não, é a primeira vez. Estou há 11 anos nessa luta e pela primeira vez tive apoio do município. Sempre corri atrás, mas nunca consegui, até disputei, por dois anos, competições por Balneário Camboriú. Meu sonho era representar bem minha cidade e foi dessa vez que coloquei o adesivo de Itapema na minha prancha.

Qual é a emoção de ganhar, pela segunda vez, um título mundial?

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Eder – Na verdade é o meu terceiro, se contarmos a divisão de acesso. Posso dizer que não tem explicação. Foram 10 dias intensos e desgastantes de competição. Tive que manter a calma porque passa muita coisa pela cabeça.

Como é saber que você é uma referência para quem está começando?

Eder – Eu trabalhei muito para chegar até aqui. Tudo isso é resultado de muita preparação. Claro que em várias oportunidades eu pensei em desistir, em largar tudo. Mas é isso que eu passo para quem está começando. Se você tem um sonho, precisa se dedicar ao máximo para chegar lá.

E seu começo no esporte foi como?

Eder – Eu jogava futebol, era goleiro. Defendi a cidade no Moleque Bom de Bola. Mas eu sempre preferi a prancha. Lembro que chegavam lá em casa para me buscar e levar para os campeonatos de futebol e eu até me escondia para poder ir surfar. Acho que fiz a escolha certa.

Você viu que há vários outdoors com seu nome na cidade?

Eder – Sim, quando os amigos da nossa família viram, já ligaram lá em casa. Eu levei a minha mãe para ver um que está lá perto do Canto da Praia e ela chegou a chorar quando viu.

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Quais os picos preferidos para treinar em Santa Catarina?

Eder – Eu comecei no esporte treinando na Praia Central de Itapema. Hoje, treino bastante no Estaleiro, Estaleirinho e na Praia da Ilhota. Sei que algumas pessoas têm a intenção de trazer uma etapa do mundial para cá, quem sabe dê certo.

E no mundo, qual o lugar mais legal que você já surfou?

Eder – Engraçado, que a maioria cita sempre o Havaí. Mas como tem muita gente e os melhores do mundo sempre estão lá, é difícil disputar a onda. Para mim, os lugares que eu mais aproveitei foram no México e em Porto Rico.