Pouco conhecido em seu país, o espanhol Roberto Martínez conseguiu levar a melhor geração de jogadores da Bélgica à briga pelo trono mundial, eliminando o Brasil para disputar contra a França a vaga na decisão da Copa do Mundo da Rússia-2018.

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A escolha para comandar a Bélgica após a Eurocopa-2016 surpreendeu muitos, pela falta de experiência e juventude do comandante. Mas o bom desempenho nos Diabos Vermelhos o colocou inclusive entre os aspirantes ao comando da Espanha, apesar de Martínez renovar seu contrato com os belgas até 2020.

Poucos na Espanha teriam apostado em Martínez, estranho à maioria da população do país ibérico. Formado nas categorias de base do Zaragoza, foi tentar a sorte no Wigan, então na terceira divisão do futebol inglês.

– Carreira na Inglaterra –

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Apesar da juventude, tinha na cabeça a ideia de colocar a bola no chão e transformar o tradicional estilo de jogo no país bretão. A proposta não foi esquecida quando assumiu o cargo de técnico do Swansea City, com apenas 34 anos.

Em 2013, 18 anos de chegar ao Wigan, conquistou o título da FA Cup com a equipe do norte da Inglaterra, derrotando ninguém menos que o endinheirado Manchester City. A conquista garantiu sua transferência para o Everton, onde acabou não alcançando o sucesso esperado e foi demitido em maio de 2016.

Mas a passagem pelos Toffees permitiu um salto no futebol inglês, sobretudo treinando jogadores belgas como Marouane Fellaini, Romelu Lukaku e Kevin Mirallas, que acabou de fora dos convocados para a Rússia. Os atletas descobriram os métodos do técnico, adepto do estilo de Pep Guardiola.

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– Adepto do ‘Guardiolismo’ –

Controlar o jogo com a posse de bola, estilo ofensivo, pressão alta e mentalidade vencedora foram atributos que pesaram a favor do técnico, após a Bélgica encerrar o ciclo de Marc Wilmots no final da Euro-2016. A “Geração Dourada” tinha voltado a decepcionar.

Nas eliminatórias europeias, a Bélgica se classificou facilmente com 28 pontos de 30 possíveis. Sobretudo, ofereceu um estilo atrativo que pareceu tirar o máximo das qualidades técnicas de seus jogadores, que marcaram 43 gols em 10 jogos.

O ciclo de ‘Bob’ Martínez no comando da Bélgica só tem dois “poréns” até agora: o treinador prometeu falar rapidamente um dos três idiomas oficiais do país (francês, flamenco e alemão), mas ainda se comunica nas coletivas de imprensa em inglês. Além disso, deixou de fora da lista o meia Radja Nainggolan, queridinho da torcida.

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Mas se Martinez levar os Diabos Vermelhos para sua primeira final de Copa do Mundo, os torcedores certamente o perdoarão dos pequenos “defeitos”.

* AFP