O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a afirmar nesta terça-feira que não vai renunciar ao cargo. Mas, em Brasília, os boatos sobre o pedido de renúncia aumentaram nesta quarta-feira. O peemedebista disse que a “boataria” é resultado de um momento confuso e complexo vivido pela Câmara e disse que, “por sua culpa”, esses rumores não vão continuar

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Inchada, ineficiente e refém da falta de transparência, a máquina pública virou alvo fácil de bandidos. Petrobras, Ministério do Planejamento e, agora, a Lei Rouanet (Ministério da Cultura) são exemplos dos buracos na fiscalização. Quando as autoridades de fato descobrem o crime, o desvio já chega a milhões. O caso da Operação Boca Livre é o maior exemplo. As fraudes ocorriam há 15 anos. Um mesmo grupo criminoso – travestido de empresa – apresentava diferentes projetos ao ministério. Quando as propostas eram rejeitadas, o empresário voltava com outro CNPJ. O nível da falcatrua chegou a tal ponto que até um casamento de luxo foi financiado com dinheiro público. Alvo da operação, Antonio Carlos Bellini Amorim participou em 2008 de um seminário com o sugestivo nome: “Saiba como aprovar projetos culturais e obter incentivos fiscais”. Pelo jeito, ele e outros sabiam bem como burlar a burocracia. O desafio dos órgãos de controle é estancar essa sangria.