A Boa Vista Serviços, que assinou parceria com a Associação Empresarial de Joinville em setembro, vai levar serviços de crédito e orientação financeira a 30% da população joinvilense.
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A empresa já tem 1,2 mil companhias do comércio local em seu cadastro. Neste ano, estenderá o trabalho às indústrias, e já tem o mapeamento das empresas e da sociedade local. A diretora de rede e operações Roseli Garcia diz que pesquisas vão ajudar a identificar a intenção de compras dos consumidores.
Formada em biologia, com pós-graduação em gestão de negócios e vários cursos em crédito e risco e modelagens estatísticas realizados, ela trabalhou por 13 anos na Associação Comercial de São Paulo, iniciando na área de análise de pareceres de crédito.
ABRANGÊNCIA
– A Boa Vista Serviços é uma empresa com soluções que aporta mais tecnologia aos clientes. Mais do que um excelente banco de dados, o modelo estatístico utilizado permite predizer o comportamento dos consumidores.
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A Associação Empresarial de Joinville formalizou parceria com a Boa Vista em setembro. Temos 1,2 mil empresas do comércio de Joinville em nosso cadastro. Dos 1,4 mil associados à Acij, 20% são do comércio. Em 2014, estenderemos o nosso trabalho para as indústrias. A intenção é customizar serviços, com a preservação das características locais.
COMPORTAMENTO
– Estamos mapeando o comportamento do mercado de Joinville. Haverá pesquisas e campanhas para se ter noção da intenção de compras e os efeitos da concessão de crédito aos consumidores. Todas as mais significativas empresas de atuação nacional são nossas clientes – bancos, comércio, operadoras de cartão de crédito. Vamos juntar informações e garantir um banco de dados ainda mais abrangente. Certamente, bancos e grandes redes varejistas têm interesse em conhecer a realidade local.
MODELOS
– O modelo estatístico que é utilizado analisa eventos de intenção de compras de dois anos para trás. Assim, temos a lista de CPFs de pessoas que fizeram compras, e também daquelas outras que não fizeram compras por algum motivo. Isso ainda permite identificar comportamentos repetitivos de uma mesma população.
CRÉDITO
– Há um claro recuo na concessão de crédito, e a inadimplência já não preocupa mais tanto, como no passado. O consumidor está mais consciente. A Boa Vista investe em programas de educação financeira, com o Orientador Financeiro. Também capacitamos profissionais, que rodam o Brasil com o Programa Acertando suas Contas. Não vemos mais o consumidor empolgado para fazer compras. Há uma clara contenção de gastos.
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MIGRAÇÃO
– O pessoal das classes D e E migrou para a classe C. Agora, o desenho do perfil do consumidor brasileiro é o de um losango, e a classe C ocupa a “barriga” deste losango. Este público não era conhecido até pouco tempo. Diante disso, as empresas aumentaram o rigor na concessão de financiamento para se garantir contra a inadimplência. É um fenômeno recente.
SOFISTICAÇÃO
– A baixa renda gosta de produtos sofisticados e se adaptou bem a essa circunstância nova, de poder ir às compras por itens que antes apenas olhava nas vitrines.
PREVENÇÃO
– A Boa Vista auxilia as empresas a escolher seu público. Como? Atuando na prevenção a fraudes, na recuperação de dívidas e ajudando a fazer a administração do pós-venda.
ERRO
– O principal erro do comerciante é se levar pelo subjetivismo e vender para um conversador convincente. O varejo tem de fazer balizamento de dados com informações confiáveis, tecnicamente adequadas.
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FILME
– Nas cidades menores, o lojista precisa conhecer o “coração” do cliente. Tem de ter o “filme”, e não só a “foto” do cliente. Quero dizer com isso que ele precisa acompanhar o comportamento dele por mais tempo e entender suas motivações pessoais. Identificamos que o pequeno varejista tem medo de dar crédito.
CARTÃO
– O limite que operadoras de cartão de crédito dão a clientes de baixa renda é muito pequeno. E, claro, não supre as necessidades e desejos de consumo desta fatia da sociedade. Daí, as redes de varejo se utilizam da política do crediário próprio, a estimular o consumo. Renner, Casas Bahia, Carrefour e tantas outras redes usam carnê de loja há muito tempo. É natural.
– A estratégia visa a fidelizar a clientela de baixa renda. A compra via private label é o passo inicial para este público adentrar no campo do consumo via crédito. Adiante, ele passa ao uso de cartão de crédito.
CADASTRO POSITIVO
– Temos um caminho longo a percorrer e que será pavimentado pelo cadastro positivo. Lembro que o comprador é aspirante a concluir um sonho. O cadastro positivo dá mais segurança ao comércio e é absolutamente seguro para o cliente. É preciso que o comércio enxergue o negócio com mais previsibilidade para contratar melhor com o cliente.
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2014
– Para este ano, esperamos crescimento econômico maior que o do ano passado, que não foi um ano bom. Vamos nos reunir com grandes varejistas neste mês de janeiro e, então, fazer análises e previsão. De todo modo, não se esperam novidades ruins para a inadimplência.