Boa fase na Chapecoense e discursos diferentes nas arquibancadas e no clube

A melhor arrancada na Série B desde que ela começou a ser disputada em pontos corridos, em 2006, é da Chapecoense. A torcida de Chapecó está eufórica com o desempenho do time, invicto até aqui e líder com um jogo a menos – e os números colaboram para a empolgação.

Com 23 pontos em nove jogos o time catarinense até é igualado no aproveitamento pela campanha do Corinthians, em 2008, e do Guarani, em 2009 – as melhores até então. Mas, nos critérios de desempate, dá Chapecoense. O time de Gilmar Dal Pozzo marcou 23 gols e tem saldo 15, contra o Corinthians que marcou 20 e teve saldo sete e o Guarani que marcou 13 e teve saldo cinco.

A conta fica na nona rodada pelo jogo atrasado da Chape, contra o América-MG. Assim, para o recorde se manter o time de Gilmar Dal Pozzo já sabe que precisa vencer o Ceará, amanhã, às 19h30, no estádio domingão, porque tanto o Corinthians quanto o Guarani venceram na décima rodada e empataram na décima primeira. Os times paulistas só foram derrotados na décima segunda rodada: o Corinthians perdeu para o Bahia por 1 a 0, e o Guarani levou 2 a 1 do Paraná.

O pensamento, claro, é de título frente a uma campanha dessas, mas o acesso também alegra à Chapecoense, que com esta pontuação está muito próxima da elite. Como a previsão é de 45 a 46 pontos para se manter na segunda divisão, a equipe já atingiu metade do primeiro objetivo e se repetir a campanha nos próximos jogos, pode garantir a permanência já no primeiro turno. Para ajudar ainda mais, nas suas campanhas, tanto Corinthians quanto Guarani acabaram subindo para a Série A. O Corinthians foi campeão em 2008, com 85 pontos, e o Guarani foi vice em 2009, com 69 pontos.

Números e empolgação a parte, no Verdão a ordem é não projetar a longo prazo. O técnico, Gilmar Dal Pozzo, só quer falar em acesso depois de garantir os pontos necessários para ficar na Série B. Os jogadores até dão um sorriso quando se fala em acesso, mas seguem o discurso do comandante. Só o preparador físico Anderson Paixão deixou escapar que o time tem fôlego para subir, mas logo ponderou dizendo que a primeira meta é não cair.

O diretor de futebol da Chapecoense, Cadu Gaúcho mantém o discurso de pensar jogo a jogo, mas reconhece que a campanha está acima da expectativa.

– Fica mais fácil atingir o objetivo do que projetar longe. Se eu falar que esperava isso estaria mentindo – brincou.