As indicações dos ministros Anielle Franco e Carlos Lupi para o conselho administrativo da empresa Tupy, de Joinville, tem gerado polêmica e o BNDES Participações, responsável pela escolha, emitiu uma nota justificando as nomeações.
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Por ser uma empresa com forte participação de acionistas públicos, assim como ocorre em outras companhias, é comum que ocorra indicações políticas para compor o conselho de administração. No caso da gigante metalúrgica, o banco é controlador da BNDESPar, que detém 28,2% do capital da Tupy — que significa a maior parcela que dá o direito a fazer nomeações.
Por nota, o BNDES citou que não renovou os mandatos de nenhum dos indicados da gestão anterior e que, desta forma, a indicação de lideranças dos setores público e privado “é um movimento natural”, que visa “levar essa experiência às instâncias estratégicas dessas empresas, em seu melhor interesse, sem descuidar dos interesses do BNDES e do seu controlador”. O banco ainda destacou que atendeu às “regras legais aplicadas ao mercado de capitais”.
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Comentando pontualmente as indicações, a empresa pública federal citou que Anielle Franco, reconhecida liderança da sociedade civil nas temáticas da igualdade racial e de gênero, possui capacitação aderente à política de indicação do BNDES em colegiados e possui dos mestrados – sendo um no Brasil e outro no exterior. Além disso, ainda destacou que a ministra tem sido fellow da Ford Foundation e da Open Society Foundation e conselheira de organizações da sociedade civil como Instituto Peregum, Mulheres Negras Decidem, Datalab e auxiliou na criação da Casa Sueli Carneiro.
“A indicação da ministra avança no desafio da inclusão de mulheres e negros na alta administração de empresas – uma das metas da política de indicação do BNDES em colegiados – em um cenário no qual apenas 19% de mulheres ocupam esse espaço e 3% são negros”, meciona o texto.
Já com relação à escolha do ministro Carlos Lupi, a empresa destaca sua experiência administrativa no setor público, tendo ocupado diversos cargos executivos e de conselhos, tais como: Conselho Fiscal do SESC, Conselho de Administração do BNDES, Conselho Nacional da Previdência Social, presidente do Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT e presidente do Conselho Curador do FGTS.
Entenda polêmica
Conforme havia publicado a colunista Estela Benetti, os críticos argumentam que as nomeações de Anielle e Lupi são políticas, que visam principalmente remuneração, porque “nenhum dos dois têm o currículo necessário para aconselhar multinacional com esse perfil técnico”. Os salários anuais de conselheiros variam de R$ 500 mil a R$ 1 milhão.
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Apesar de ser uma empresa privada, a Tupy, na maior parte da trajetória, teve uma certa proximidade com o setor público, mas passou a ter um controle estatal indireto em 1995, quando entrou em crise e foi adquirida pelo BNDES, Previ e outros fundos.
Além do BNDESPar, que detém 28,2% do capital da Tupy, o segundo maior acionista da empresa é a Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, com 24,8% do capital.
Uma observação mais detalhada do currículo dos nove conselheiros atuais da companhia permite concluir que apenas um é engenheiro de produção, e nenhum com formação específica de metalurgia, que é o negócio da empresa. A maioria tem cursos de finanças e alguns contam com formação específica de conselheiro empresarial, como destacou a colunista.
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