O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje que a instituição provavelmente participará da oferta pública de ações para captação de recursos no valor estimado de R$ 4 bilhões que será realizada pela Brasil Foods, empresa resultante da união entre Perdigão e Sadia, anunciada nesta terça-feira.

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– Certamente, podemos participar. Mas em quais condições, vamos analisar.

De acordo com Coutinho, o BNDES não participou do processo de negociação entre as duas empresas. Porém, ele reiterou, diversas vezes, que “provavelmente” participará da oferta pública de ações para captação de recursos. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, a operação deve ocorrer até o fim de julho. A expectativa de Coutinho é que haja forte receptividade do mercado à captação.

– O mercado deve responder de forma positiva à oferta pública, e talvez a nossa posição seja até pouco importante (diante desse interesse).

Segundo o presidente do conselho de administração da Perdigão, Nildemar Secches, o BNDES não assumiu compromisso de participar da emissão de ações da Brasil Foods, mas manifestou interesse de participar da operação por meio da subscrição de ações, mas isso pode não ser necessário porque a demanda para a operação deve ser alta.

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– Quase metade da emissão já está demandada pelos atuais acionistas – afirmou Secches.

O executivo afirmou que a Brasil Foods poderia fazer uma oferta ainda maior do que a de R$ 4 bilhões, mas não considerou necessário.

– Avaliamos que o montante seria adequado pra financiar os projetos de investimento – disse.

O road show para apresentar a oferta ocorrerá nos Estados Unidos e Europa. Questionado se haverá alguma cláusula ou barreira para a participação do banco de fomento na oferta, para evitar uma posterior venda da Brasil Foods para empresas internacionais, Coutinho disse que a instituição não poderia “interferir na livre iniciativa”.

– As decisões empresariais têm de ter flexibilidade. Mas nossa expectativa é que uma empresa que tem fundos de pensão e uma família importante em seu controle continue sendo uma empresa brasileira.

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Coutinho afirmou ainda que a decisão do BNDES de participar da oferta levará em conta os importantes ganhos que a companhia poderá gerar para o País em exportações e em presença no mercado externo. Ele acredita também que a nova empresa deverá ser geradora de empregos, já que a fusão “cria sinergia”.

A repórter de Economia Marta Sfredo analisa a fusão das empresas: