O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia amanhã uma linha de financiamento a capital de giro, com nova injeção de recursos de R$ 10 bilhões para o setor produtivo. Será mais uma medida do governo para tentar manter inalterado o nível de investimentos no país, apesar da crise. Do volume recorde de R$ 90 bilhões que o banco estima liberar este ano, pelo menos R$ 51,2 bilhões virão de reforços extras em seu caixa.

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A escassez de recursos no mercado elevou a importância do banco estatal – principal veículo financiador das empresas nacionais – na economia. O BNDES aumentou sua participação no crédito à exportação para suprir a seca das Antecipações de Contratos de Crédito (ACCs); passou a oferecer empréstimo-ponte para garantir novos projetos; elevou sua participação em projetos industriais e se dispôs a entrar como debenturista ou acionista no capital de empresas em dificuldades.

– Vai haver um momento em que o governo, que orienta o banco, decidirá o que é mais conveniente: ou o BNDES fica restrito, atuando de forma mais segmentada e seletiva, ou aumenta o seu funding. Considerando a característica o longo prazo, é possível que o nível do banco tenha de ficar sistematicamente acima da capacidade atual – disse o diretor financeiro do banco, Maurício Borges Lemos.