Desde que começaram a rodar, em 1º de julho, os 104 novos ônibus prateados da Blumob, empresa aberta pela Viação Piracicabana para ser a nova operadora do transporte coletivo de Blumenau, trouxeram um pouco mais de segurança e conforto para quem depende do sistema, avaliam usuários, trabalhadores do sistema e poder público.
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A mudança ainda não está completa, já que os veículos zero quilômetro ainda dividem espaço com parte dos carros mais antigos que eram usados pela corporação paulista – que tem três anos para renovar a frota completamente. Mesmo assim, quem utiliza os ônibus em Blumenau já sentiu diferença. É o caso da educadora social Claci Bonguerner, 56 anos. Usuária frequente do transporte coletivo, ela considera a mudança bastante positiva:
– Antes estava até envergonhada, porque a situação era terrível. Os ônibus mais novos são mais seguros, mais confortáveis, não fica aquela ¿bateção¿, as pessoas correndo o risco de se machucar. Ainda tem alguns (carros) mais antigos, então se a prefeitura conseguir substituir 100% vai ser perfeito.
O pizzaiolo Fernando Farias dos Santos, 36 anos, compartilha da opinião positiva. As mudanças deixaram o serviço melhor, mas ele acredita que o valor da passagem poderia ser reavaliado.
– Está melhor do que as ¿latas-velhas¿ que estavam rodando antes, mas a passagem é salgada, poderia dar uma baixada.
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O presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau, Gaspar e Pomerode (Sindetranscol), Pradelino Moreira da Silva, avalia positivamente o primeiro mês da nova operação. Mesmo lembrando que a única mudança efetiva foi na frota, ele afirma que só isso já deu mais qualidade para os trabalhadores e para os usuários:
– Está tudo funcionando. Na questão administrativa é a mesma coisa de antes, o que mudou mesmo foram os ônibus. Claro que sempre tem alguns ajustes para fazer, mas isso é normal. São coisas como banco do motorista e do cobrador, retrovisor, coisas simples que a gente aponta e vai resolvendo.
Para o presidente do Seterb, Carlos Lange, apesar de ter iniciado em um mês com movimentação diferenciada, já que julho é época de férias escolares, a nova operação do transporte coletivo de Blumenau teve uma boa largada. Segundo ele, apesar do recesso do ensino, a gama de usuários do sistema é bastante diversa e esta parcela da população pôde opinar durante o período inicial da Blumob:
– Nós colhemos informações através dos fiscais, com os usuários nos terminais, e a resposta tem sido bastante favorável. É claro que o processo ainda não se concluiu, então tem questões que nós vamos ajustando aos poucos.
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Mais veículos zero em dezembro
Os 104 veículos zero quilômetro que começaram a rodar no dia 1º de julho representam pouco mais de 40% da frota, como determinou o contrato, e até agora são os únicos ônibus novos a rodarem na cidade. A empresa tem três anos para renovar toda a frota, que conta com 246 veículos, na proporção de um terço por ano.
Segundo o presidente do Seterb, Carlos Lange, uma nova leva de carros zero quilômetro deve chegar até dezembro, com oito a 10 ônibus novos que vão substituir mais alguns usados.
A autarquia também está reavaliando a pintura dos veículos brancos para padronizar a frota. O presidente explica que a ideia inicial era transformar a cor dos carros usados, mas como ainda não houve uma definição quanto ao prazo para que o serviço fosse feito, Seterb e empresa estão analisando se esta é a melhor ação.
– Dessa forma até as pessoas têm mais condições de controlar as substituições, por isso achamos que seria interessante manter como está – acrescenta.
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Poucas reclamações com atrasos de horários
A Ouvidoria do Seterb recebeu, em julho, 120 reclamações relacionadas ao transporte, segundo o presidente da autarquia, Carlos Lange – considerando uma média de 4 mil viagens por dia. Destas, cinco foram relacionadas a atrasos nos horários das linhas e uma por excesso de passageiros. Outro questionamento recorrente, de acordo com o presidente, está relacionado ao tratamento dado pelos trabalhadores do sistema aos usuários do transporte.
– Neste caso não diz respeito diretamente a nós (Seterb), mas à empresa, que é quem contrata e gere os trabalhadores. Mas nós não nos eximimos da nossa responsabilidade e cobramos as providências – justifica.
Vale lembrar que o contrato de concessão do serviço público de transporte determina que a concessionária (a Blumob) adote processos de seleção e treinamento adequados, principalmente à equipe que desempenha atividades relacionadas ao tratamento com o público, caso dos motoristas e cobradores, por exemplo. À prefeitura cabe fiscalizar o cumprimento do contrato.
Outra questão que precisou de ajustes logo no início foi a internet disponibilizada nos ônibus. Lange esclarece que o sinal teve alguns ruídos nos primeiros dias, mas as correções foram feitas. Um dos pontos que recebeu elogios foi a inclusão dos veículos com duas catracas, o que agilizou o embarque em uma das linhas que atravessa a cidade, o troncal 10.
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