Pixuleco, bandeiras, placas, cartazes e as cores verde-amarela tomaram a Praça Victor Konder nesta terça-feira. Assim foi o protesto em frente à prefeitura de Blumenau, que até as 19h reuniu cerca de 1,6 mil manifestantes, segundo os organizadores, que pediam a prisão após a condenação em segunda instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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O ato fez parte de uma série de outras manifestações em mais de 110 cidades e quatro países. Em Blumenau, a manifestação foi organizada por diversos grupos e entidades empresarias, e fez parte de um movimento nacional coordenado pelos grupos Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. A Guarda Municipal de Trânsito (GMT) e a Polícia Militar (PM) acompanharam a manifestação. A PM optou por não divulgar o número de participantes.

Segundo um dos líderes do Vem pra Rua, Valter Mueller, o intuito é registrar o fim da tolerância com as manobras para livrar o ex-presidente Lula da prisão. Ele espera que o ato mostre para o STF a força da população, e passe a mensagem que não se pode transpassar a lei.

– Tem que se manter a coerência e manter a prisão em segunda instância. Não se pode mudar as regras para o Lula, a Justiça deve ser igual para todos. O movimento é contra a corrupção, inclusive apoiamos uma investigação com o atual presidente Temer. Entendemos que o STF não pode beneficiar alguns – afirma.

Um telão instalado no local exibia vídeos do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, além de imagens e áudio de discursos de representantes do movimento e entidades, que receberam aplausos e gritos de apoio.

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A artista plástica Juliana Fragetti foi uma das manifestantes que participou do protesto.

– Vim mostrar minha revolta com a condução do STF no caso Lula. Esperamos que a lei seja cumprida, para não abrir precedentes em outras casos – afirma.

O pensamento é compartilhado por Jaisson e Isabela, que remanejaram a rotina para participar da manifestação. O autônomo Jaisson Padilha e a operadora de telemarketing Isabela Niel saíram rápido do trabalho e passaram na creche para buscar a filha Sara, quatro anos, para marcar presença no protesto e dar um exemplo de cidadania para a filha.

– Queremos que nossa filha tenha esse entendimento de cidadania, passar a mensagem que a política não é para benefício próprio e que a justiça deve ser feita para qualquer um. Viemos de uma geração de caras pintadas de nossos pais e queremos passar este entendimento de cidadania para a geração futura – conta o casal, que participou de outras manifestações.

Lula, que tem condenação de 12 anos e um mês de prisão em segunda instância, tem um habeas corpus para aguardar o trânsito em julgado da sentença em liberdade. O pedido do ex-presidente foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, e a defesa recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso será analisado hoje pelos ministros.

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