Todos os dias Hilda Silveira Balduíno, 66 anos, dá uma passadinha nos mercados da região onde mora. São pelo menos três onde ela procura com olhos de águia as promoções escondidas entre gôndolas e prateleiras.
Continua depois da publicidade
– Todo dia, toda semana aumenta. Eu vejo que varia de mercado pra mercado, mas tem muitas coisas que aumentaram: sabão em pó, fruta, o leite aumentou muito, saiu do controle – avalia.
Para economizar, a estratégia de Hilda, além de aproveitar as promoções, é comprar em pouca quantidade, apenas o que vai consumir em alguns dias:
– Hoje, por exemplo, o melão está em oferta. Então eu levo e deixo a melancia. Quando acabar, eu compro outra fruta que esteja na promoção.
Ir às compra várias vezes por semana também é a maneira que a dona de casa Eliane Freitag, 49, encontrou para tentar enxugar o orçamento do supermercado. Ela sente o aumento de preço nos produtos do dia a dia e compara os valores nos estabelecimentos que costuma frequentar:
Continua depois da publicidade
– Eu gosto de comprar as coisas mais frescas, então acabo vindo três vezes por semana ao mercado. Vejo que os preços estão aumentando, principalmente de frutas, verduras, frios e carne.
Apesar das queixas dos consumidores devido ao custo dos produtos, o coordenador do Índice de Variação Geral de Preços (IVGP) do departamento de Economia da Furb, Jamis Piazza, explica que os reajustes estão em um parâmetro normal, ou seja, não há aumento significativo e a inflação em Blumenau está controlada.
– Não há um grande aumento generalizado. Há um aumento normal e existem ainda os produtos sazonais, que podem ter variação por causa da época. Além disso, a inflação está entre 5,5% e 6%, ainda abaixo do índice nacional, que está em cerca de 6,5%, dentro dos patamares aceitos – explica.
A especialista em economia doméstica Jurema Maria Chaves Ribeiro corrobora com Piazza quanto à sazonalidade dos produtos. Ela explica que os preços variam conforme as estações:
Continua depois da publicidade
– No inverno a carne vai ficar mais cara, mas em compensação, no verão, a seca afeta a produção de grãos como o milho e a soja.
Para Jurema o aumento, além de ser real, é histórico, mas por conta do amadurecimento da conscientização dos consumidores essa variação se minimiza e acaba se tornando uma ‘sensação’:
– As pessoas por si próprias pesquisam os melhores preços e optam por promoções. O consumidor está se educando financeiramente e isso é positivo.
O professor de Gestão de Políticas Públicas da Univali, Eduardo Guerini, reforça que o aumento nos produtos é real, entretanto, a alta não é causada apenas pela inflação, mas também por fatores externos:
Continua depois da publicidade
– A média dos preços sobe, principalmente, por causa dos custos na hora de fabricar os produtos. O aumento na energia é um bom exemplo. Agora tivemos alta na conta de luz, isso vale pra todo mundo, o produtor ou a indústria precisa repassar esse aumento. Por conta disso, sentimos a alta na hora de fazer compras.
Continua depois da publicidade