Com apenas 21 anos de idade, uma estudante do curso de Licenciatura em Química, de Blumenau, se destacou em um esporte que não tem qualquer relação com a faculdade que escolheu para si. O desempenho e dedicação da jovem, no entanto, renderam uma convocação para a Seleção Brasileira Feminina de Flag Football, que disputará um mundial em julho de 2024, na Finlândia.

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A notícia chegou na última sexta-feira (11) para Bruna Luíza Martini Quost, que pratica a modalidade há apenas cinco anos, quando participou de um treino no Norte do Estado a convite de uma colega de escola.

Hoje, ela é diretora e jogadora no time Sirius Breakers, que reúne atletas de Blumenau, Jaraguá do Sul, Corupá e São Bento do Sul.

— Desde então eu me apaixonei pelo esporte e nunca mais parei de treinar. Já competi em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Manaus. Em outubro vou jogar a Copa Sul no Rio Grande do Sul e, mais além, em novembro, conseguimos vaga no campeonato nacional em São Paulo — conta.

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Registro da equipe na Regional Sul, em Curitiba (Foto: UFSC, Divulgação)

As conquistas, no entanto, não vieram por acaso. Por trás do sucesso da jovem, existe um trabalho árduo para alcançar cada objetivo que ela traça para si. A convocação para a Seleção Brasileira, por exemplo, sempre foi um sonho de Bruna que, hoje, atribui o mérito à própria dedicação e comprometimento com a modalidade.

— Quem me conhece sabe que todo fim de semana estou treinando, estou sempre na academia e organizando coisas relacionadas ao time e ao meu desempenho. Essa convocação trouxe alívio, de saber que minhas escolhas foram certas e que valeu a pena abdicar de tempo em família, festa, saída com amigos para me dedicar a este sonho — ressalta Bruna.

O primeiro encontro entre as 58 atletas escolhidas para a disputa já está marcado para os dias 21 e 22 de outubro, em Curitiba, quando a equipe iniciará os treinamentos para o Mundial de Flag Football.

Mas, afinal: que esporte é esse?

Se você chegou até aqui, é provável que esteja se perguntando do que se trata esse esporte. O nome estrangeiro — que, em português, significa “Futebol de Bandeira” — já revela um detalhe curioso da modalidade que, na verdade, é uma variação do futebol americano tradicional.

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As regras são bem parecidas e o objetivo também é o mesmo: avançar a bola oval pelo território adversário e alcançar o final do campo para marcar pontos. A diferença, no entanto, é o contato físico entre os competidores, já que não é permitido parar o adversário com o corpo.

É aí que entra um acessório diferente na jogada: para impedir o avanço do oponente, é necessário retirar uma das fitas que os atletas usam presas na cintura. Isso torna o esporte mais seguro e até mais acessível, já que não é preciso usar todo o equipamento de segurança do futebol americano tradicional, que tem um custo alto.

Para a blumenauense Bruna, o esporte já virou um fiel companheiro da estudante e se tornou, também, uma porta de entrada para novas possibilidades — e desafios.

Bruna durante campeonato (Foto: Redes sociais, Divulgação)

Rumo às Olimpíadas de 2028

Atualmente na sétima fase do curso de Licenciatura em Química pela UFSC, em Blumenau, Bruna comenta que não pretende abrir mão da profissão e se dedicar somente ao Flag Football. Um dos motivos, segundo ela, seria o fato da modalidade não proporcionar retorno financeiro aos atletas brasileiros.

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Além disso, a estudante reforça que está feliz com a graduação que escolheu e que, agora, o objetivo é conciliar a função de professora com o esporte — e, quem sabe, até vivenciar um momento histórico com a modalidade.

— O Flag Football está na lista de esportes que serão incluídos nas Olimpíadas de 2028 em Los Angeles. Meu sonho mais audacioso é participar destas Olimpíadas — finaliza.

Blumenauense foi Campeã Beach Flag no Rio de Janeiro (Foto: UFSC, Divulgação)

*Sob supervisão de Augusto Ittner

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