O caminho do blumenauense Leo Maier no universo da música surgiu aos 14 anos, mas foi aos 16 que ele começou a tocar em bandas locais. Não demorou para deixar o rock, se apaixonar pelos acordes do blues e montar a Delones Blues, dedicada ao estilo. Maier participou de outros grupos, se jogou no blues e se tornou referência ao dividir o palco com ícones como Igor Prado, Adriano Grineberg, Greg Wilson, Gonzalo Araya, Eddie Taylor Jr. e Kirk Fletcher.

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Em 2015 fez o primeiro trabalho de estúdio solo, um EP com seis faixas intitulado Leo Maier Trio, e um ano depois o segundo EP, Guitar In My Hand. Em entrevista o músico, cantor e compositor fala sobre como se apaixonou pelo estilo, o trabalho autoral, sonhos e inspirações do primeiro álbum solo I Choose the Blues, que lança neste sábado no Teatro Carlos Gomes, patrocinado pela prefeitura de Blumenau e Fundação Cultural de Blumenau, por meio do Fundo Municipal de Apoio à Cultura. Os ingressos para a apresentação já estão esgotados.

Por muito tempo você deixou a música em segundo plano, trabalhando em horário comercial e tocando durante as folgas. Viver da música, mudou a forma de encarar a vida e de enxergar também a música?

Mudou completamente! Quando você vive a música 24 horas por dia tudo muda e, na minha opinião, tudo melhora. Mais tempo para estudar, se dedicar, pesquisar, ouvir e criar. O músico precisa disso. As pessoas começam a valorizar mais o seu trabalho quando enxergam que você realmente está ali, de corpo e alma. É uma escolha difícil para muita gente, mas aconselho que arrisquem. É uma evolução pessoal e profissional.

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I Choose The Blues é um trabalho totalmente autoral. Como que ele nasceu e quais foram as suas inspirações para as canções? O que te inspira para criar?

Este trabalho é uma grande mistura de tudo que eu amo no blues: Jump Blues, Chicago, Texas, Delta, Soul Blues etc. Meu amor por este estilo e pela música sempre serão a principal fonte de inspiração. Posso também dizer que ele nasceu da necessidade de produzir, registrar, compor e divulgar meu trabalho. O que me inspira são pessoas, lugares, momentos, histórias, amores e desamores, arte, natureza e meus mestres do blues.

Quais características do blues que te conquistaram, como fã do estilo e musicalmente falando?

O blues me encanta pela sinceridade, pelo mistério, pelo feeling com que é cantado e tocado. Quando percebi a força com que artistas como Howlin’ Wolf, BB King, Muddy Waters, Etta James, Little Walter e tantos outros expressavam sua arte, eu fiquei pasmo! Era muita verdade numa só música! O blues conta histórias do dia a dia, de uma maneira engraçada ou trágica. Os bluesmen o tocavam para se sentirem bem, sentirem-se livres e diminuir a carga dos seus dias pesados e sofridos. A improvisação no blues é outra coisa que me impressiona. O músico tem uma liberdade enorme para trazer suas novas ideias a cada 12 compassos. A cada volta, a cada solo, você também pode contar uma história, e se o fizer da maneira certa, vai conquistar os ouvidos e os corações dos ouvintes.

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Prestes a lançar o primeiro disco solo, qual é hoje o seu maior sonho?

Meu sonho é ver a boa música ganhando mais espaço no mundo. Quero ver os músicos, as bandas, os artistas e os compositores que fazem música com alma sendo valorizados, ouvidos. Falando em sonhos (realizações pessoais) para a minha carreira, tenho um desejo enorme de realizar um festival de blues anual aqui na nossa região, além de divulgar o meu trabalho o mais longe que eu conseguir. Mais importante que levar o meu trabalho paras as pessoas é levar o blues a elas.