Pode ser no futebol, no vôlei, no basquete, ou até em jogo de quilica. Não importa. Qualquer confronto entre Blumenau e Brusque será motivo para parafrasear o filósofo contemporâneo (e deputado estadual cassado, diga-se de passagem) Jardel: “clássico é clássico, e vice-versa”. No esporte da bola laranja em Santa Catarina, as duas equipes dividem o protagonismo nos últimos quatro anos, com duas conquistas do Estadual para cada. Já na Liga Ouro – a segunda divisão do Novo Basquete Brasil (NBB) – as situações são opostas.
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Na briga por uma vaga entre os quatro primeiros que garantem vaga aos playoffs da competição, a equipe blumenauense enfrentou na noite desta terça no Ginásio Sebastião Cruz, o Galegão, seu maior rival, que tinha até então a pior campanha disparada da Liga, com nove derrotas em nove partidas.
E quem achou que o adversário seria presa fácil para o leão faminto que era Blumenau, estava bem enganado. A fim da primeira vitória, Brusque começou a mil por hora, usando e abusando dos arremessos para três pontos e se aproveitando do preciosismo do adversário – tanto é que terminou o primeiro quarto à frente: 31 a 26. A injeção de ânimo para os donos da casa só veio nos 10 minutos seguintes. Colocando 24 a 11 no placar do segundo período, Blumenau se assentou em quadra e passou a explorar mais os erros do adversário do que tentar criar oportunidades em situações adversas. Suficiente para terminar o primeiro tempo com oito pontos de vantagem (50 a 42) e amenizar a vermelhidão do técnico Sérgio Carneiro, o Serjão, que, irritado pra dedéu, lamentava os vacilos do seu time com tapas simultâneos na lateral de ambas as coxas.
Aí veio o terceiro quarto do jogo que foi tão, mas tão ruim, que fez valer o público de pouco mais de 150 pessoas e renda de R$ 1 mil – que mal paga o salário do estagiário da Associação de Pais e Amigos do Basquete de Blumenau. De um lado, com o jogo na mão, os anfitriões amoleceram, enquanto do outro Brusque partia para o desespero à procura do tesouro perdido. Mas mal deu tempo de o torcedor lamentar o fato de não estar em casa vendo os playoffs da NBA, que o time de Tarvin Gaines (cestinha do jogo com 25 pontos) e companhia, resolveram aquecer as coisas.
Em um último período quase impecável ofensivamente, a equipe da casa fez 33 pontos, acabou com a brincadeira e confirmou a vitória da Oktoberfest contra a Fenarreco por 102 a 73 – melhor marca do ataque blumenauense até agora e único time a ultrapassar a marca de cem pontos em um jogo.
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O resultado deixa Blumenau na quarta posição, com 14 pontos, igual ao Santos-AP, porém, à frente por conta do primeiro critério de desempate, que é o confronto direto: a equipe do técnico Serjão venceu as duas partidas que fez contra os amapaenses até agora. Sem descanso, o time blumenauense já entra em quadra novamente amanhã, às 20h, dessa vez contra Joinville, adversário que ainda não venceu nesta Liga Ouro – foram duas derrotas jogando no Galegão. Se vencer, Blumenau não só empata em número de pontos com o time do Norte do Estado, como – embora com um jogo a mais, é verdade – fica a dois dos líderes Botafogo e Contagem Towers-MG.