A população urbana de Blumenau tem potencial para consumir quase R$ 10 bilhões neste ano. É o que mostra o estudo IPC Maps, desenvolvido pela IPC Marketing Editora. O levantamento considera indicadores demográficos e econômicos, além do número de domicílios e empresas, entre outros dados, para calcular a quantia que moradores de municípios brasileiros podem desembolsar em produtos e serviços em 2015.
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Os números mostram que, desde 2010, o potencial de gastos no município dobrou. Naquele ano, o Índice de Potencial de Consumo (IPC) representava 0,22% do consumo no país, totalizando cerca de R$ 4,9 bilhões. Em 2015, o IPC subiu para 0,27% – com R$ 9,91 bilhões. No Estado, Blumenau fica atrás apenas de Joinville e Florianópolis.
A classe C foi a que teve o maior salto. Em 2010, o potencial de consumo era de R$ 1,059 bilhão. Neste ano, subiu para R$ 2,763 bilhões, um acréscimo de 160%. A classe A, por sua vez, teve o avanço mais tímido: a previsão de gastos passou de R$ 928,9 milhões, há cinco anos, para R$ 1,19 bilhão em 2015 – incremento de 28,7%.
Das 22 categorias analisadas pelo estudo, em 17 os valores de consumo devem aumentar em mais de 100%. Os destaques são artigos de limpeza (125%), fumo e transportes urbanos (cerca de 124% cada), gastos com medicamentos (120%) e eletrodomésticos e equipamentos (118%). Matrículas e mensalidades (77%), despesas com saúde (89%) e despesas com viagens (91,5%) são os itens com a menor variação. Gastos com manutenção do lar, que somam R$ 2,65 bilhões, lideram a lista.
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Segundo o economista e professor da Furb Nazareno Schmoeller, itens como educação e viagens, que tiveram pico de aumento ao longo dos anos, tendem a se estabilizar e, por consequência, terem menor procura daqui em diante.
– O aumento da educação no Brasil começou há uns 10 anos e é esperado que, com o tempo, este número cresça menos que a média. O mesmo ocorre com as viagens. É a expectativa gerada versus a realidade do mercado – ressalta. Para o especialista, independentemente do que está sendo vendido, é preciso pensar em aumentar a renda da população para, consequentemente, dar maior poder de compra ao consumidor.
Outros municípios da região também se destacaram no estudo. Itajaí está em 5º lugar no ranking estadual, Brusque em 7º, Rio do Sul, em 9º e Gaspar em 10º.
Expansão maior no interior
Os números gerais do IPC Maps indicam um fenômeno chamado de “interiorização do consumo” no Brasil, que vem aumentando cada vez mais nos últimos anos. Em todo o país, cerca de 54% dos R$ 3,7 trilhões de tudo que será consumido em 2015 virá de cidades do interior. Em 2010, este índice era de 48,9%.
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Em Santa Catarina, essa participação é ainda maior. Se em 2010 os municípios do interior respondiam por 78,3% do total do potencial de consumo do Estado, neste ano esta participação subiu para 79,9%, o que representa a injeção de R$ 28,8 bilhões a mais no bolso dos consumidores.
Marcos Pazzini, responsável pela pesquisa, reforça que, pelo fato de se basear em hábitos de consumo da população, o levantamento pode ser um aliado no planejamento estratégico das empresas.
– Ela serve para que os profissionais de planejamento das empresas tenham informações atualizadas para estabelecer, por exemplo, suas metas de vendas – acredita.
Pazzini reforça ainda que os números apresentados pela pesquisa, que revelam que o potencial de gastos dobrou num prazo de cinco anos, já levam em consideração o cenário de baixo crescimento da economia previsto para este ano.
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– Nosso enfoque é na migração do potencial de consumo dos grandes centros metropolitanos para cidades do interior – enfatiza.