O primeiro trimestre deste ano foi o menos violento nas ruas de Blumenau. Levantamento feito pelo Santa a partir de dados da Guarda Municipal de Trânsito (GMT) aponta que três pessoas perderam a vida em ruas da cidade entre janeiro e março. É o menor índice registrado desde que o Seterb iniciou o levantamento, em 2000.

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Em uma comparação entre a extensão das mais de 4 mil vias urbanas de Blumenau, que somam aproximadamente 1.390 quilômetros, com o trecho da BR-470 que corta o Vale do Itajaí, com 198 km, o índice é ainda mais expressivo. No primeiro trimestre de 2018, 35 pessoas perderam a vida na rodovia federal na região, sendo cinco deles no trecho que compreende Blumenau. O número é 11 vezes maior do que o registrado em perímetro urbano.

Para Márcia Pontes, especialista em trânsito, a diferença é reflexo das características distintas de vias urbanas e rodovias.

– Na BR-470 você encontra limites de velocidade na casa dos 80 km/h e o motorista ainda excede. Na cidade, a média varia entre 40 km/h e 60 km/h e são ruas mais estreitas, com mais cruzamentos. Tudo isso muda os tipos de acidentes e a gravidade deles – esclarece.

O chefe da GMT de Blumenau, Jailson Rogério Candido, se diz satisfeito com os números do trimestre. Na perspectiva dele, os dados refletem o trabalho intensificado de fiscalização, com ações em todos os períodos do dia por toda a cidade. Ao longo dos últimos três meses, foram 32.693 infrações registradas pela GMT. As principais delas por transitar em velocidade acima da permitida.

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– O desejo é intensificar ainda mais, mas hoje não tem mais efetivo para isso. Por si só, o motorista não tira o pé – lamenta Candido.

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Além da fiscalização, educar os cidadãos e torná-los mais cientes do papel no trânsito é primordial para ter índices cada vez melhores. Isso porque, de acordo com o responsável pela guarda, 90% das ocorrências são frutos de imprudência do condutor. Conscientização que deve ser intensificada no mês que vem com a campanha do Maio Amarelo, que este ano vai abordar o tema “Nós Somos o Trânsito” com crianças, desde a pré-escola, até os adultos.

A especialista concorda que conscientização é o caminho e defende orientação intensiva à população, que, segundo ela, não tem a cultura voltada à segurança no trânsito. Defende que todo acidente é fruto de uma infração que deu errado e, por isso, reforça a importância da fiscalização para coibir condutas que levem a acidentes, como conversões proibidas, excesso de velocidade e uso de celular ao dirigir.

Márcia sustenta que o índice do trimestre é sazonal e pode disparar a qualquer momento se não for trabalhado o contexto em que o acidente com o óbito ocorreu:

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– A gente não tem um plano de prevenção de acidente, como nós temos com a enchente. É preciso ter um trabalho contínuo que traga informação, orientação e prevenção de acidentes – aponta.

MELHORIAS NA SINALIZAÇÃO AJUDAM A REDUZIR ACIDENTES

Para Márcia e Candido, z sinalização viária também é importante neste contexto. A especialista cita exemplos de locais onde havia alto índice de ocorrências e que, com pequenas ações, os números reduziram: a lombada na Rua José Reuter, na altura do número 2700; a sinalização lápis no encontro entre as ruas Centenário com a Rua Emílio Tallmann, no Progresso, e a rotatória na Rua dos Caçadores com a Divinópolis, na Velha.

O chefe da GMT conta que a articulação com outras secretarias municipais tem contribuído para que sejam possíveis as mudanças e melhorias necessárias no trânsito.

NÚMEROS

Confira a seguir o número de mortes registrados nas vias municipais de Blumenau por trimestre a cada ano:

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2000 – 11

2001 – 10

2002 – 12

2003 – 9

2004 – 5

2005 – 8

2006 – 12

2007 – 10

2008 – 10

2009 – 8

2010 – 12

2011 – 11

2012 – 5

2013 – 8

2014 – 7

2015 – 7

2016 – 4

2017 – 5

2018 – 3

Fonte: Guarda Municipal de Trânsito de Blumenau