Blumenau tem mais mortes no trânsito em 2019 do que assassinatos

O ano de 2019 tem sido, até aqui, de alguns alertas e prevenções contras as epidemias como dengue, gripe A, febre amarela. Mas em Blumenau, o que mais chama a atenção não vem dos hospitais ou das unidades de saúde. O aviso vem das ruas e avenidas, mais especificamente do trânsito da cidade.

Até este fim de semana, Blumenau registrou mais mortes no trânsito do que por crimes de homicídio. Para se ter uma ideia, até agora são 25 pessoas mortas em acidentes no perímetro urbano e nas rodovias estaduais e na BR-470, no trecho de Blumenau, contra 19 assassinatos.

Apenas no perímetro urbano, foram contabilizadas 14 mortes, destas, onze apenas no primeiro trimestre do ano. Já na SC-108, no trecho municipalizado, foram seis mortes registradas, e na BR-470, outras cinco.

Para o presidente do Seterb, Marcelo Schurube, um dos fatores que implica na quantidade de acidentes está ligado ao crescimento da frota do município.

– Nós temos de fato um número bastante expressivo aqui em Blumenau. Se olharmos para os dados, a cidade tem cerca de 350 mil habitantes para quase 200 mil veículos, entre motos e carros. Isso é muito significativo quando se fala em mortes no trânsito. A nossa rotatividade diária dentro do município é muito alta – avalia.

Além disso, para Schrube, o número de mortes no trânsito ser maior do que o numero de homicídios também se dá devido ao histórico baixo de assassinatos por número de habitantes na região.

– Em todo o Estado nós temos números baixos de homicídios e Blumenau não sai desse patamar, aí é muito fácil que se tenha esse cenário. Além disso, não aqui no município, mas como no mundo, o trânsito é uma grande endemia – pontua Schurube.

Para especialistas, os acidentes que acontecem no perímetro urbano estão ligados a dois principais fatores: a falta de atenção dos condutores e a direção sob efeito de entorpecentes, como o álcool. Fabio Campos, especialista e educador de trânsito avalia que a sociedade como um todo não possui a percepção da gravidade de condutas erradas no trânsito.

– Nós ainda vivemos culturas muito atrasadas quando se fala em trânsito. As pessoas ainda não conseguem perceber que beber e dirigir é um crime. Pensam que criminoso é apenas quem mata e rouba, mas os motoristas alcoolizados também podem causar crimes. Falta ainda a conscientização de que o trânsito é algo importante e que precisa ser tratado urgentemente – afirma.