Atenção, leitor. Esse será o texto em que mais vezes você vai ler a palavra “cerveja” na vida. Isso porque Blumenau, a Capital Nacional da Cerveja, se prepara para o início do Concurso Brasileiro de Cervejas, do Festival Brasileiro da Cerveja e da Feira Brasileira da Cerveja. Sinônimos são raros.
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“Loira”? Nem pensar. A maioria dos estilos que estarão na cidade passam longe de ter a cor amarelo palha tradicional das cervejas comerciais que a gente vê aos montes nas prateleiras dos supermercados.
“Gelada”? Também não rola. Isso porque há alguns tipos que precisam ser bebidos a temperaturas mais altas para que seja possível apreciar a complexidade de sabores. A partir de agora, então, depois dessa explicação, coloque a camisa escrito “beba menos, beba melhor”, deixe de lado a obsessão pelas lagers americanas e divirta-se no grandioso mundo da: cerveja.
E tudo começa já no sábado. Não é aberto para o público, obviamente, mas a Famosc (ops, Vila Germânica), recebe nada mais, nada menos que 121 jurados. Vem gente de todos os cantos do mundo para decidir quais são as melhores cervejas do país. Vem gente da Polônia, Grécia, Dinamarca, Suécia, Peru, África do Sul, Austrália.
O número de mulheres juradas também aumentou consideravelmente. Passou de 27 no ano passado para 40 neste ano. Esse índice corresponde a 33% do total de jurados. Eles (e elas) serão responsáveis por avaliar cada um dos 3.115 (três mil cento e quinze!) receitas que participam do concurso.
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Essa avaliação começa no sábado e se estende até segunda-feira, quando as notas serão computadas e os vencedores já serão conhecidos (só) pela organização. Isso porque na terça-feira, um evento apenas para convidados no Bela Vista Country Club vai premiar as melhores cervejas e cervejarias das terras tupiniquins.
De acordo com Amanda Reitenbach, coordenadora técnica do concurso, hoje o evento que ocorre em Blumenau pode ser considerado o segundo (ou terceiro) maior do mundo. Em nível nacional, ou seja, que envolve só cervejarias do país, o Concurso Brasileiro de Cervejas está na segunda posição, atrás apenas do Great American Beer Festival, dos Estados Unidos. Em nível mundial, pela quantidade de inscrições, pode ser considerado o terceiro.
– Isso é muito positivo até pela trajetória do nosso mercado, que é muito recente para a cerveja artesanal, e levando também em consideração que a nossa economia não vem sendo muito boa. Com esse contexto, a consolidação do concurso é superimportante, mostra ao mercado a evolução dos estilos e traz informações para o próprio cervejeiro – destaca Amanda.
Festival entre experientes e novatos
O Festival Brasileiro da Cerveja (esse sim aberto ao público) chega à 11ª edição. E entre as centenas de cervejarias que estarão em estandes montados nos setores da Vila Germânica, há aquelas que participam desde o primeiro ano e já têm traquejo com o evento. É o caso da pomerodense Schornstein, que participa desde os primórdios do festival. Na avaliação do gerente nacional de vendas, Elton Fedalto, o objetivo é aproveitar a presença de um seleto público para apresentar novidades e, principalmente, ouvir sugestões.
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– A prioridade de estar ali é por ser o maior evento de cerveja artesanal do Brasil. É o momento em que podemos apresentar novos rótulos, novos projetos, já que é um público muito específico. É um público que embora queira descobrir, já tem conhecimento sobre aquilo que está descobrindo – desta Fedalto. O gerente ainda afirma que dos 45 distribuidores que a Schornstein têm, metade deles foram conquistados durante o festival, o que indica a importância também quando o assunto são negócios.
– Do outro lado, daqueles novatos, está a Balbúrdia. Cervejaria que leva o nome em homenagem ao coletivo de artes homônimo de Blumenau fará a sua estreia no festival desse ano. Embora a empresa seja nova, o idealizador é um velho conhecido e com sobrenome importante no meio cervejeiro: Fernando Lapolli. Consultor para cervejarias no Brasil, Paraguai e Portugal, ele decidiu abrir o próprio negócio, com as próprias ideias. Com a alavanca do festival, Fernando quer mostrar ao público um estilo de produção mais… Intimista, digamos assim – só pra se ter ideia a produção mensal será de apenas 5 mil litros.
– O festival vai ser uma ferramenta de divulgação na cidade. Não temos ideia de levar o consumo para longe, e sim para o consumo local, para as pessoas de Blumenau. Não queremos fazer a mesma cerveja duas. Queremos coisas novas, liberdade na criação, na produção – explica Fernando.
Neste ano, o Festival Brasileiro da Cerveja terá 117 cervejarias e promete oferecer ao público mais de 800 rótulos diferentes. São desde estilos comuns no universo cervejeiro atual, como IPAs, Weizens, e Stouts, até outros alternativos, tal como os envelhecidos em barris de carvalho. O evento vai de 13 a 16 de março e a expectativa é superar o número de visitantes do ano passado, que foi de 35 mil. Além do concurso e do festival, vale lembrar, há também a Feira Brasileira da Cerveja, voltado exclusivamente para profissionais da área e que tem o objetivo de integrar o mercado, oferecendo insumos, produtos, serviços e tecnologia para o mercado financeiro.
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3.115
É o número de cervejas inscritas para o Concurso Brasileiro de Cervejas, que começa no sábado e vai até segunda-feira, 9% a mais em comparação a 2018. O número de cervejarias também cresceu e chegou a 505, 6% mais do que no ano passado. Paraíba, Sergipe e Tocantins, pela primeira vez na história, terão representantes
Serviço
Festival Brasileiro da Cerveja
Quando: de 13 a 16 de março
Onde: Parque Vila Germânica, em Blumenau
Quanto: R$ 12 (dias 13 e 14), R$ 30 (dia 15) e R$ 36 (dia 6)